Manifestantes tentam invadir Câmara de SP

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Servidores públicos da cidade de São Paulo que participam de uma manifestação contra a reforma da previdência municipal, conhecida como Sampaprev 2, tentaram derrubar o portão e ameaçaram invadir a Câmara Municipal. Os manifestantes estão no local desde o início da tarde desta quarta-feira (10).
Durante a tarde, alguns dos manifestantes arremessaram pedras e outros objetos contra a entrada principal da Câmara. No momento, outros servidores que estão no protesto questionaram a violência e acabaram sendo agredidos com itens sendo arremessados contra eles.
No fim da tarde, o confronto com a polícia começou. O vidro da entrada principal da Câmara foi quebrado por pedras arremessadas e fogos de artifício disparados.
Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas por guardas da GCM (Guarda Civil Municipal) para dispersar o grupo. Funcionários e a reportagem que estavam parados na porta do estacionamento da Câmara, foram orientados a entrar no prédio por segurança. Nas palavras de um agente à reportagem, “o couro já está comendo”.
Mais tarde, no início da noite, a Polícia Militar fez um cordão para avançar e tentar dispersar os manifestantes e desbloquear a rua. Os servidores que participam do protesto tentaram argumentar com os policiais, outros fazem uma barricada com fogo para bloquear a via.
Alguns manifestantes, do alto de carros de som, chegaram a cogitar que a confusão teria sido iniciada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Os servidores públicos da cidade de São Paulo são contra o PLO (Projeto de Emenda à Lei Orgânica) 07/2021 -conhecido como Sampaprev 2. O projeto de reforma da previdência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), tem discussão e votação previstos para hoje.
Entre os pontos mais criticados no projeto estão o aumento da idade mínima de aposentadoria no município. Isso porque, com a mudança, com exceção dos professores, mulheres só poderão se aposentar com 62 anos e os homens é 65 anos – mesmo modelo aplicado pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Outro ponto questionado é a retirada da isenção de contribuição previdenciária aos aposentados e inativos, que hoje é de 14%. A regra afetará 63 mil pessoas.