Em recado ao BC (Banco Central), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), declarou nesta segunda-feira (26) que a inflação não se controla somente com alta taxa de juros e restrição ao crédito.
Marinho destacou que há outras maneiras de combater a elevação de preços, como a ampliação da produção.
“O Banco Central precisa aprender que combater a inflação não tem só um jeito, que é o jeito de restrição de crédito e de aumento de juros. Controla-se a inflação também com oferta, com mais produção, mais capacidade aquisitiva da classe trabalhadora do país”, disse Marinho, de acordo com o “InfoMoney”, em evento na sede do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio de Janeiro.
“Porque há espaço para isso. Nós vimos nos governos Lula 1 e 2 que controlamos a inflação com mais produção”, acrescentou.
Segundo Marinho, o setor produtivo do Brasil ainda não chegou à sua capacidade total instalada. “Há espaço para crescimento da produção. E, se houver ocupação de 100%, que [o setor produtivo] planeje novos investimentos. É isso que pode combater a inflação sem ter que recorrer a aumento de juros ou restrição de crédito”, afirmou.
Congelamento de R$ 15 bi foi ‘freada brusca’, diz Marinho
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, declarou nesta terça-feira (30) que o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas foi uma “freada mais brusca” no Orçamento da União, que deve “prejudicar bastante as ações dos ministérios na ponta”. Além disso, ele atribuiu o congelamento a um “pacto” do governo federal com o mercado e defendeu um ajuste fiscal com prazo maior.
“Esse corte vai prejudicar bastante as ações dos ministérios na ponta. Mas é da vida”, disse Marinho, de acordo com o “Valor”, em entrevista coletiva para comentar os dados do Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do mês de junho, também divulgados nesta terça-feira.
“Há um pacto que foi feito com o mercado, sem entrar no mérito se foi certo ou errado. Mas o pacto foi feito, e tem que cumprir”, disse ele.