O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que as estimativas para a demanda por crédito do Fundo da Marinha Mercante (FMM) devem atingir R$ 2 bilhões em 2024. O montante total de recursos disponíveis ficaria em mais de R$ 7 bilhões.
O Fundo da Marinha Mercante é um capital financeiro com recursos já previstos no orçamento da União. Esse valor é voltado para a construção naval e para o reparo de equipamentos.
De acordo com o Valor Econômico, em reunião do grupo empresarial B20, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), nesta segunda-feira (29), Mercadante disse que “em 2022, nós do BNDES, que é um dos gestores do fundo, aprovamos R$ 670 milhões. Em 2023, R$ 1 bilhão”.
“Nossa projeção para este ano de 2024 é chegar a R$ 2 bilhões”, afirmou o presidente. Segundo Mercadante, não se trata de subsídio, mas de recursos de “um fundo que existe há 64 anos”.
Outros fatores citados por Mercadante sobre a indústria naval
Além disso, Mercadante também citou a taxa mínima de US$ 50 por tonelada de carga, estabelecida pela Organização Marítima Internacional, agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), como um desafio. A cobrança é a partir de 2030 para os navios que não forem movidos a combustível renovável, segundo o jornal.
“No caso do Brasil, nós temos um desafio: 95% das exportações brasileiras são feitas por navio […] Se forem cobrar essa taxa de US$ 50 por tonelada, o custo da soja, que é de US$ 327 por tonelada, vai aumentar 15%. Nós vamos perder competitividade”, concluiu Mercadante.
Para ele, cabe a iniciativa privada a responsabilidade de desenvolver motores para navegação que façam uso de combustível renovável, partindo da experiência que o Brasil já possui nesta área industrial.