A tramitação da reforma tributária preocupa agentes do mercado financeiro. Durante o Money Week, evento realizado pela EQI Investimento e que o BP Money cobriu nesta quinta-feira (27), especialistas avaliaram que a discussão deverá ser adiada no Congresso, visto que o arcabouço fiscal atrapalhou os planos pela necessidade de se votar, antes, um aumento de receita.
“Por ser um arcabouço que depende de receitas, ainda vamos ter que votar no aumento de arrecadações antes, o que joga a reforma tributária mais para frente. Sem aumento de receita, não fecha a conta”, disse o economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz.
Segundo ele, o Congresso parece estar disposto à aprovação do arcabouço, mas não para o aumento de receita. “E isso me deixa preocupado, porque a reforma está sendo empurrada para o segundo semestre ou para o ano que vem, e aí os analistas dizem que a chance de aprovação diminui”, completou.
Aumento de gastos
Os especialistas ainda batem na tecla que a nova regra fiscal deixa claro o aumento de gastos, o que é um ponto que chama atenção para uma grande crítica do mercado. Como explica o ex-deputado federal, Vinicius Poit (Novo), os custos que o Governo tem são certos, mas a receita é incerta.
“Como é que o Governo faz um arcabouço que não propõe controlar os custos do Governo? A receita a gente não tem certeza se vai vir, e aí a gente vai jogar nas costas do empresariado? Cortando incentivos, aumentando impostos? Ele [Lula] vai retirar tudo isso da economia, não vai cortar gastos e vai esperar que todo mundo dê o retorno que ele quer. Eu não acredito que isso vá dar certo”, afirmou.