O anúncio de redução de despesas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tranquilizou as expectativas de aumento da Selic embutidas nos preços de mercado.
Na útima segunda-feira (1º), durante um período de grande nervosismo nos mercados, com o dólar em alta, essas projeções chegaram a subir mais de 1 ponto percentual para o final do ano.
No dia seguinte, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que as apostas de elevação das taxas de juros não estavam alinhadas com a realidade atual.
Agora, a expectativa diminui para 0,75 ponto percentual nesta quinta-feira (4), influenciada pelo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao corte de despesas de R$ 25,9 bilhões, o que foi bem recebido pelos investidores.
O dólar também registra queda superior a 1%, ficando abaixo de R$ 5,50, seguindo a tendência positiva iniciada no dia anterior.
“Enquanto o otimismo pode ser até certo ponto contido em relação à implementação e efetividade, ao menos as conversas agora estão em um caminho muito mais construtivo”, diz Emy Shayo, chefe de estratégia para ações para América Latina do JPMorgan (JPM).
Campos Neto diz que Selic em 10,50% é ‘suficientemente alta’
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (28) que a Selic (taxa básica de juros) está “suficientemente alta”, considerando a projeção alternativa de inflação apresentada pelo Copom (Comitê de Política Monetária). No momento, os juros estão em 10,50% ao ano, após o comitê decidir pela manutenção da taxa.
“Já houve no passado momentos em que desenhamos cenários alternativos para mostrar que a taxa de juros [Selic] é suficientemente alta e que, em um período mais longo, ela traz a inflação para a meta”, disse Campos Neto, de acordo com o “Suno”.
“Estava havendo muito ruído em torno dos números de curto prazo. Entendemos que essa é uma informação valiosa a mais para os agentes”, comentou.