
Áureo Ribeiro, deputado federal e presidente da CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, comentou sobre os desafios regulatórios envolvendo o setor de criptomoedas, bem como a necessidade de um arcabouço jurídico para garantir a segurança do mercado.
“O mercado se organiza muito rápido no Brasil”, afirmou o parlamentar na sexta-feira (14), durante sua palestra no Smart Summit 2025. Na sequência, ele abordou os desafios que o segmento enfrenta.
Ribeiro ressaltou a importância de preservar a essência do ecossistema cripto sem sufocar a inovação. “É fundamental que a regulação não mate o ecossistema. Se isso acontecer, estaremos prejudicando a utilização do que há de mais importante nesse mercado”, declarou. Segundo ele, o Brasil tem potencial para se tornar um polo de inovação no setor, mas precisa criar um ambiente mais seguro para investidores e empresas.
Brasileiros preferem explorar mercado externo por falta de oportunidades no Brasil, diz Ribeiro
Além disso, ele destacou a experiência de outros países. “Tive a oportunidade de visitar Dubai e conhecer a aceleradora de startups do governo. Lá, encontrei brasileiros talentosos, que poderiam estar contribuindo com o Brasil, mas que não tiveram oportunidade aqui”, contou. Para ele, é essencial fomentar políticas públicas que incentivem o desenvolvimento tecnológico no país.
A CPI das Pirâmides Financeiras revelou dados preocupantes sobre a falta de regulamentação. “Vimos um profissional liberal com remessas de R$ 7 milhões em criptomoedas, sem qualquer monitoramento. É um mercado perigoso quando não há controle adequado”, alertou. Ribeiro defendeu um maior acompanhamento das operações financeiras para evitar fraudes e evasão fiscal.
Sobre o impacto das criptomoedas na economia ilícita, ele afirmou: “Toda evasão de recursos das apostas online, do contrabando e do tráfico já está sendo feita com criptomoedas. Precisamos garantir segurança jurídica para quem quer investir de forma séria”. O deputado enfatizou a necessidade de um olhar mais atento para empresas do setor, como a Binance, para que atuem de forma alinhada às regulamentações nacionais.
Com a expansão do mercado cripto e a crescente preocupação com a segurança financeira, a discussão sobre regulação ganha cada vez mais relevância no cenário econômico brasileiro.