O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou nesta quinta-feira (20) um decreto que transforma o Banco de la Nación, maior instituição bancária do país, em uma sociedade anônima. A medida representa um avanço do governo na abertura do banco ao capital privado, após o Congresso rejeitar sua privatização no início do ano.
No decreto, Milei defende que a alteração moderniza a estrutura do banco e o alinha às “melhores práticas do mercado financeiro”, como apontou o InfoMoney. O governo, que incluiu a instituição em um pacote de privatização barrado pelo Legislativo, agora utiliza os poderes extraordinários concedidos pela mesma lei para levar adiante a reestruturação.
A nova configuração societária mantém o controle estatal: o governo argentino deterá 99,9% do capital, com o Ministério da Economia exercendo os direitos acionários. A Fundação Banco de la Nación ficará com os 0,1% restantes.
A decisão provocou forte reação dos sindicatos bancários, que acusam o governo de tentar vender uma instituição lucrativa. “É contraditório querer vender o que funciona, a menos que o único objetivo seja uma negociação espúria e uma nova fraude”, disse o sindicato La Bancaria, em referência ao recente escândalo envolvendo o apoio de Milei a uma criptomoeda que se revelou um golpe.
Argentina: bolsa cai mais de 5% após escândalo de Milei
O escândalo envolvendo o presidente da Argentina, Javier Milei, e a criptomoeda $LIBRA impactou o mercado financeiro do país na segunda-feira (17).
Sem referência no exterior, devido ao feriado nos EUA pelo Dia do Presidente, o principal índice de ações da bolsa de Buenos Aires, o S&P Merval, chegou a cair quase 6% após Milei elogiar a criptomoeda, que logo depois sofreu forte desvalorização. O índice fechou com queda de 5,58%.
Após a criptomoeda despencar, Milei excluiu sua publicação na rede social X (antigo Twitter), na qual recomendava a compra do ativo, e afirmou que não tinha nenhuma relação com ele. No entanto, parlamentares da oposição alegam que o presidente argentino pode enfrentar um julgamento de impeachment no Congresso.
As ações da Transportadora de Gas del Sur chegaram a cair cerca de 5%, seguidas pela Sociedade Comercial del Plata (-4,5%) e pela Transportadora de Gas del Norte (-4,5%). Nas primeiras negociações, foram registradas quedas de até 10%.