Argentina

Milei diz que deixaria o Mercosul, se necessário, para acordo EUA-Argentina

Milei destacou que planeja acessar o mercado de capitais após a remoção da rede de controles cambiais do país

Javier Milei, presidente da Argentina
Javier Milei, presidente da Argentina / Foto: Divulgação

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que deixaria o Mercosul, se achasse necessário, para fechar um acordo de livre comércio com os EUA, embora espere alcançar o acordo sem precisar tomar uma medida tão drástica.

Quando questionado pelo editor-chefe da Bloomberg News, John Micklethwait, se ele sairia do bloco econômico sul-americano, Milei hesitou antes de afirmar que sim, caso um movimento extremo fosse necessário.

“Mas existem mecanismos que podem ser usados mesmo dentro do Mercosul, então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter que sair”, afirmou o presidente argentino em entrevista no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O líder libertário argentino também destacou que planeja acessar o mercado de capitais após a remoção da rede de controles cambiais do país, embora não tenha fornecido um cronograma específico, como apontou o InfoMoney.

Argentina tem superávit de quase US$ 19 bi no 1º ano de Milei

Argentina reportou um superávit comercial recorde de US$ 18,9 bilhões em 2024, conforme apontaram dados divulgados nesta segunda-feira (20), que coincidem, em grande parte, com o primeiro ano completo do presidente Javier Milei.

O superávit comercial de 2024 superou o recorde anual anterior de US$ 16,89 bilhões, estabelecido em 2009, e ficou no limite superior da previsão de analistas consultados pela Reuters, que aguardavam um montante entre US$ 18 bilhões e US$ 19 bilhões.

A balança comercial mensal de dezembro registrou um superávit de US$ 1,67 bilhão, marcando 13 meses consecutivos em que o valor das exportações superou o das importações. Os dados de dezembro, de acordo com o InfoMoney, também ficaram acima do superávit de US$ 921 milhões esperados por especialistas.

Desde que Milei assumiu, no final de 2023, ele apostou no aumento das exportações de grãos e energia, juntamente com a redução dos gastos públicos, em uma tentativa de controlar a inflação.