Economia

Milei diz que não fará negócios com comunistas e cita Lula

"Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não cabem aí", disse Milei

O candidato da extrema direita à Presidência da Argentina, Javier Milei, reforçou que, caso seja eleito, não fará negócios com comunistas e citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre as lideranças excluídas de seus laços comerciais.

“Não só não farei negócios com a China. Não farei negócios com nenhum comunista. Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não cabem aí. Os chineses, Putin e Lula não cabem aí”, disse Milei em entrevista ao canal do jornalista conservador norte-americano Tucker Carlson, ex-apresentador da Fox News.

Brasil e China são os dois maiores parceiros comerciais da Argentina, com o país platino dependendo fortemente da importação de produtos industrializados vindos de ambos as nações.

A declaração se junta a outras opiniões polêmicas de Milei quando o assunto é economia. Ele prometeu que se for eleito, vai dolarizar a economia da Argentina, fechar o Banco Central do país e diminuir significativamente o tamanho de ministérios.

IFF condena dolarização da economia

O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), publicou um relatório no qual condenou a proposta de dolarização da economia da Argentina do candidato à presidência Javier Milei.

Na avaliação do IFF, uma possível dolarização completa da economia da Argentina poderia reduzir a flexibilidade cambial do país, provocar um atraso cambial e implicar em custo elevados de crescimento a longo prazo.

A entidade, uma associação global do setor financeiro com participantes de mais de 60 países, emitiu no dia 8 de agosto um relatório criticando duramente as propostas de Milei, ressaltando os impactos negativos ante os poucos benefícios que as mudanças iriam trazer para a economia argentina.

Segundo o documento, a dolarização de uma economia aumenta o custo da desvalorização da moeda dentro do país, mas acaba a opção de lidar com isso como política monetária, e relembrou que outros casos de dolarização resultaram em “profundas recessões”, segundo o IIF.

O instituto usou como exemplo o Equador, que após dolarizar sua economia em 2000, conseguiu controlar sua inflação, mas desde então vem crescendo abaixo da média da região.

Para o IIF, a dolarização é uma “camisa de força” que facilita uma rápida desinflação às custas de um crescimento estagnado no médio prazo. A instituição desaconselha a implementação na Argentina “dado que a desinflação pode ser alcançada tornando o banco central completamente independente, o caminho seguido por grande parte do resto da América Latina.

O instituto propõe que o problema da economia local é a ampla brecha cambial devido à fixação da taxa de câmbio oficial em um contexto de inflação alta que “trava” as eventuais melhorias de competitividade da desvalorização.