Moeda do Irã atinge nova mínima devido a protestos e questão nuclear

Hoje, US$ 1 é negociado por 600.000 rials. Desvalorização ocorre em meio a protestos após morte de jovem de 22 anos detida por violar o código de vestimenta para mulheres

A moeda do Irã alcançou uma nova mínima recorde em relação ao dólar neste domingo (26). Protestos antigovernamentais em todo o país, que já se estendem por cinco meses, é um dos motivos de influência para a desvalorização. Dificuldades para restaurar o acordo nuclear de Teerã também pressionam o rial ante a divisa norte-americana, segundo informações do “Estadão”.

Hoje, o dólar era negociado por 600.000 rials, ampliando perdas após a última quarta-feira (22), quando US$ 1 valia mais de 500.000 rials.

Na época do acordo nuclear com os Estados Unidos (EUA), em 2015 (quando sanções internacionais contra o Irã foram suspensas em troca de controle rígido do programa nuclear iraniano) a relação do dólar com o rial era de 32.000 rials.

De acordo com o centro de estatísticas do Irã, a taxa de inflação no país atingiu 53,4% em janeiro. Há dois anos, a taxa era de 41,4%. 

Desde setembro do ano passado, protestos têm sido recorrentes em todo o país. As manifestações eclodiram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, detida por supostamente violar o código de vestimenta para mulheres da República Islâmica. Amini estava sob custódia da polícia.

Guerra na Ucrânia completa um ano com impactos na economia

A Guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24) e, até o momento, ainda não há nenhuma sinalização de cessar-fogo. 

Os conflitos prejudicaram processos de produção, logística e abastecimento – especialmente na Europa -, com consequente inflação e avanço nos preços de itens básicos.

A economia brasileira, por outro lado, reagiu bem aos impactos da guerra. No último ano, a balança comercial brasileira teve um resultado positivo e registrou um superávit recorde de US$ 62,3 bilhões, 1,5% maior que o registrado em 2021.

Isso porque as barreiras impostas por sanções econômicas contra a Rússia fizeram os países rearranjar suas fontes para importação de commodities, o que acabou beneficiando o Brasil. 

Com isso, o país ampliou sua área produtiva de trigo e viu a exportação de milho disparar – os dois grãos estão entre as principais commodities exportadas pela Ucrânia.