Sinais de desaceleração

Monitor do PIB avança 0,6% em novembro, aponta FGV Ibre

A coordenadora do Monitor do PIB, apontou que há sinais de que a desaceleração da atividade econômica pode ter chegado

Foto: CanvaPro
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O Monitor do PIB registrou avanço de 0,6% da atividade econômica em novembro de 2024, ante outubro, segundo o FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Na comparação anual, a alta foi de 3,4%. 

Em outra linha de comparação, o crescimento do Monitor do PIB no trimestre encerrado em novembro de 2024, frente ao mesmo período de 2023, foi de 4,3%, o mais intenso desde maio de 2023 (4,5%).

Para Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o resultado é positivo, devido a continuidade do crescimento, mas que é possível ver sinais de que a desaceleração da atividade econômica esperada desde o início de 2024 pode ter chegado.

“Não é algo alarmante nem preocupante, mas é possível ver alguns sinais de segmentos importantes com dificuldade de manter o ritmo de crescimento, como serviços e consumo das famílias”, disse a economista, segundo o “Valor”.

Além disso, ela afirmou que desde o início do ano passado já era esperado que a economia ia desacelerar, mas essa desaceleração não veio. “É natural alguma desaceleração, a economia não está ruim. O crescimento persiste, embora com sinalizações de possíveis esgotamentos”, acrescentou a coordenadora do Monitor do PIB.

Enquanto isso, o coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do FGV Ibre, Claudio Considera, também apontou que existem sinais de desaceleração na economia brasileira, porém ela permanece em crescimento. 

O avanço em 2024, afirmou ele, deve ter sido de 3,5% e ficará acima dos 2% em 2025. “Devemos ter uma desaceleração [da alta do PIB], mas não acredito em uma taxa de menos de 2%, o que é um crescimento bom depois de um ano de 2024 glorioso”, disse.

Os sinais de desaceleração da economia brasileira no Monitor do PIB, como apontaram os economistas, aparecem especialmente nos segmentos que têm impulsionado a atividade econômica: serviços e no consumo das famílias, segundo o jornal.

O setor de serviços ficou estável, pelo segundo mês consecutivo, com variação nula. Ao passo que o comportamento do consumo das famílias foi semelhante, com variação de -0,1% em outubro e estabilidade em novembro, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal.

Monitor do PIB: economia cresce 1% no 3º trimestre, diz FGV

A economia brasileira cresceu 1% no terceiro trimestre na comparação com o período anterior, conforme a leitura do Monitor do PIB, da FGV (Fundação Getulio Vargas). 

Na base de comparação anual, a atividade avançou 4,2% no terceiro trimestre. Já no intervalo de agosto para setembro, a economia avançou 0,7%, no indicador, com expansão de 4,1% ante setembro de 2023.

Sendo assim, a economia nacional já acumula alta de 3% em 12 meses até setembro, segundo os números de expansão mapeados pela FGV no Monitor.

Para Juliana Trece, economista da FGV, os resultados mostram continuidade do bom desempenho da atividade econômica, até setembro, que já vinha sendo observado ao longo do ano, de acordo com o “Valor”.

“Pela ótica da produção, o grande destaque é o forte crescimento da indústria, que ocorreu de forma disseminada. Além disso, o setor de serviços também cresceu, a despeito de ter desacelerado, enquanto a agropecuária retraiu no trimestre. Pela ótica da demanda, o consumo e os investimentos seguem em trajetória de crescimento pelo terceiro e quarto trimestre consecutivos, respectivamente”, comentou a economista em comunicado da fundação.

Além disso, os principais componentes do Monitor do PIB, pela pela ótica da demanda e da oferta, tiveram aumentos no terceiro trimestre quando comparado com o mesmo intervalo de 2023. 

Enquanto isso, pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,5%, ainda na mesma base de comparação. Ao passo que pelo lado da oferta, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mensura investimentos alocados na economia, cresceu 9,7% no terceiro trimestre ante terceiro trimestre de 2023.