Conforme perspectiva da economista Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB (Produto Interno Bruto), do FGV-Ibre ( Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), a queda de 0,1% na pesquisa em abril, contra março, não é algo “alarmante”.
A economista analisa que o Monitor do PIB teve estabilidade. “A trajetória mostra desaceleração, mas não é um grande problema ter vindo negativo”, disse.
Além disso, as enchentes do Rio Grande do Sul ainda não tiveram efeitos sobre o Monitor do PIB. Para Trece, isso só deve ocorrer no resultado de maio.
Para a economista do FGV-Ibre, os números mostram que, mesmo com a desaceleração e com o resultado negativo frente a março, o Monitor trouxe cenários positivos, tanto para a demanda quando para a oferta.
“Praticamente todas as categorias de consumo estão positivas”, ressaltou ela. Na pesquisa, o consumo das famílias cresceu 0,8% em abril.
Outro avanço foram as exportações frente às importações, com 2,9% positivo e 0,7% negativo, respectivamente, de acordo com o “Valor”.
Monitor do PIB: “indústria cresceu bem”, diz economista do FGV-Ibre
Por outro lado, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), com números sobre os investimentos no Brasil, indicou queda de 0,3% em abril, conforme dados do Monitor do PIB.
Contudo, segundo Trece, as máquinas e equipamentos tiveram avanço dentro do FBCF, com a construção puxando as perdas.
“E isso deve ser tão alarmante porque há programas para incentivar a construção, como o PAC e a própria reconstrução do Rio Grande do Sul, que deve ajudar o setor”, comentou a coordenadora da pesquisa.
Entre as ofertas, a agropecuária se destacou negativamente, com recuo de 2,8% saindo de março para abril. Ao passo que a indústria cresceu 0,2%, apesar da queda na construção e a extrativa mineral.
“Comércio e transportes, que são grupos importantes, continuam crescendo”, frisou Trece. Além disso, ela destacou que a indústria de transformação “cresceu bem” e isso foi positivo para o transporte em abril.