A Moody’s rebaixou sua perspectiva para o Brasil de positiva para estável. A agência de classificação de risco manteve o rating para o País em BA1, mas foi reduzida por “vulnerabilidades fiscais e estabilizar a dívida no curto prazo” parece limitada.
Além disso, a Moody’s afirmou que a rigidez dos gastos seria o limitador principal. Em relatório, a agência mencionou uma “deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida”.
Em paralelo, os analistas veem um “progresso mais lento do que o esperado na resolução da rigidez dos gastos e na construção de credibilidade em torno da política fiscal, apesar do cumprimento das metas de resultado primário”.
“Esses desafios compensam o potencial positivo de crescimento do PIB e dos investimentos, além das reformas econômicas em andamento, que são amplamente favoráveis à qualidade de crédito do Brasil”, prosseguiu a Moody’s, segundo a CNN Brasil.
O Ministério da Fazenda reagiu à revisão, afirmando que o governo está comprometido com uma melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais.
Política monetária pressiona margens e atrasa expansão de empresas, diz Moody’s
O aumento dos juros no Brasil, a alta da inflação e a forte depreciação cambial pressionaram o fluxo de caixa e devem reduzir a rentabilidade das companhias em 2025. Esse cenário envolvendo a política monetária pode limitar a capacidade das empresas de cumprir suas obrigações financeiras, de acordo com a Moody’s.
Os analistas da casa destacaram que a desvalorização do real terá impacto maior sobre organizações que dependem de uma moeda local forte para manter seu fluxo de caixa, além daquelas com grande parte da dívida denominada em dólares.
“Setores com alta alavancagem, como o imobiliário, serviços públicos e telecomunicações, são particularmente vulneráveis, pois geralmente dependem de financiamento baseado em dívida local significativa para manter suas operações e gastos de capital”, comentaram os analistas, segundo o Valor.
A agência de classificação de risco apontou que empresas como Azul, Usina Coruripe Açúcar e Álcool e Oceânica Engenharia e Consultoria estão entre as mais afetadas por esse cenário.