A economista-chefe para EUA do Morgan Stanley, Ellen Zentner, aposta no início do corte nas taxas de juros em junho. Segundo ela, o Fed (Federal Reserve) está ‘no caminho certo’ para reduzir os juros no segundo semestre.
“Será mais uma questão de inflação, se o Fed cortar já em maio […] Acho que os requisitos são muito altos para eles agirem tão cedo. Mas ainda espero que estejam prontos em junho”, disse ela à TV Bloomberg nesta sexta-feira (5).
Zentner destaca ainda que a expecativa de três cortes nas taxas de juros este ano está em linha com a visão do Fed.
“Nós esperamos quatro cortes, na verdade esperamos que eles acelerem os cortes no quarto trimestre do ano, porque vemos a inflação caindo mais rápido nessa altura do que o Fed”, disse a economista-chefe do Morgan Stanley.
Ao BP, Andre Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, disse que, com os dados fortes do mercado de trabalho norte americano em março, a inflação deve persistir.
“Na minha visão, as apostas ainda se concentram em uma queda de juros em junho ou julho nos EUA. As atenções agora se voltam para os dados do PCE (de março) que será divulgado no fim de abril, indicador preferido do FED para acompanhar a inflação. Isso deve dar maiores pistas sobre o número de cortes de juros que podem ocorrer esse ano nos EUA”, pontua Fernandes.
Payroll: EUA cria 303 mil vagas em março e supera expectativas
Dados do payroll divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Departamento de Trabalho apontam para a criação de 303 mil vagas de emprego fora do setor agrícola nos EUA. O resultado é muito superior às expectativas de analistas, que apostavam em 200 mil novos postos de trabalho.
A taxa de desemprego ficou em 3,8%, um pequeno recuo em comparação aos 3,9% registrado em fevereiro. A taxa de desemprego tem estado numa faixa estreita entre 3,7% e 3,9% desde agosto de 2023.
O salário médio por hora dos empregados em folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentou 12 centavos em março, ou 0,3%, para US$ 34,69. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora aumentou 4,1%.