A elevação da taxa de juros mostrou um desafio para as ações do Brasil, mas não o suficiente para o Morgan Stanley, que manteve sua perspectiva favorável para o país. O banco aumentou com overweight, excesso de peso — equivalente à recomendação de compra — em sua posição no Brasil, com preferência por companhias de apelo global.
Além disso, o Morgan Stanley revelou que, em sua visão, o Brasil se mantém em destaque na relação ao México em termos de risco político e econômico.
“Paradoxalmente, o crescimento econômico no Brasil é uma má notícia para as ações, à medida que pressiona as taxas ainda mais para cima”, afirmou o relatório do banco, de acordo com o“Investing“. Para a instituição, historicamente, o aumento dos juros não é favorável para o mercado local.
“Um Fed mais dovish e um BCB mais hawkish não são historicamente otimistas para as ações brasileiras, mas vemos um impacto positivo em grandes ações brasileiras líquidas, com apelo global”, reforça o documento.
O banco também apontou que o real poderia se fortalecer, o que tende a reduzir a volatilidade e o risco dos papéis brasileiros. “As taxas de 10 anos têm mais probabilidade de diminuir do que aumentar. Acreditamos que taxas mais flexíveis deverão beneficiar concessões, centros comerciais, produtos de consumo básico e serviços públicos no Brasil”.
Bolsas precisam de novo catalisador, diz Morgan Stanley sobre IA
O sucesso da IA (inteligência artificial) entre investidores, que impulsionou o S&P 500 e levou o índice a recordes no início de 2024, está desaparecendo. Diante desse cenário, o mercado acionário precisa de um novo catalisador se houver um novo rali para o segmento, de acordo com o estrategista-chefe para ações norte-americanas do Morgan Stanley, Mike Wilson.
Mesmo com a IA tendo plena capacidade de transformar a produtividade a longo prazo, os investidores que criaram apetite por ações na Bolsa com base em seu potencial no curto prazo foram vistos como “prematuros”, segundo o estrategista-chefe.
“O sonho da IA — um pouco daquele brilho se foi”, disse ele. E, segundo o “Valor”, ele acrescentou: “Nós apenas passamos do ponto em todo o tema da IA. Isso não significa que acabou”.