O presidente interino Geraldo Alckmin, Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e presidente interino, expressou sua preocupação com o alto nível de juros no Brasil, mesmo após as reduções recentes realizadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
“O valor dos juros no Brasil é escandaloso. Você põe 11,25% de Selic mais spread mais taxa de administração é mais de 15%. Se você for avaliar o motivo do baixo crescimento brasileiro nas últimas décadas, é uma combinação de custo alto, juros altíssimos e câmbio que sempre esteve mais valorizado, agora que melhorou”, afirmou Alckmin em entrevista ao programa GloboNews, na noite desta quarta-feira (28).
Alckmin destacou que, embora o atual câmbio esteja competitivo, a redução das taxas de juros é essencial para impulsionar os investimentos privados. Alckmin também ressaltou a importância da reforma tributária para diminuir o “Custo Brasil”.
Segundo o vice-presidente, essa reforma simplificará o sistema tributário e eliminará a cumulatividade, resultando em desoneração para investimentos e exportações, além de trazer eficiência econômica. “Isso gera dificuldade de competitividade (para a indústria)”, completou.
Quanto à nova política industrial do governo, Alckmin afirmou que ela visa tornar a indústria mais inovadora, sustentável, exportadora e produtiva. Ele refutou a ideia de que a nova política envolve subsídios no valor de R$ 300 bilhões, esclarecendo que se trata de financiamento com taxas de juros mais baixas. Segundo ele, o BNDES não implementará subsídios, mas sim operará como um banco com spreads e taxas de juros menores.
Alckimin diz que BNDES não vai comprar ações de empresas
Alckmin, na ocasião, também enfatizou que o BNDES não planeja adquirir participações em empresas.
“O que está se fazendo é ter um fundo de mercado com outros investidores para estimular, por exemplo, start-ups. É muito voltado a minerais estratégicos, start-ups. O fundo inteiro é R$ 10 bilhões, é uma coisa pequena”, argumentou o ministro.
Quanto à exigência de conteúdo local, Alckmin destacou que é uma medida “excepcional” destinada a auxiliar as empresas a melhorar sua competitividade.
Por fim, o presidente interino defendeu a expansão dos acordos comerciais do Brasil como uma forma de impulsionar as exportações da indústria nacional.