Impacto da decisão

Alimentos com imposto zero: Será que chega ao consumidor?

Especialistas têm uma visão cautelosa sobre o impacto dessa decisão

Alimentos com imposto zero: Será que chega ao consumidor?

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou, na quinta-feira (6), a decisão de isentar o imposto de importação sobre diversos alimentos, uma medida que foi amplamente comemorada, visto que promete aliviar os consumidores, fortemente impactados pela inflação, e dar um novo impulso à imagem do governo, que enfrenta desgaste. Contudo, a grande dúvida que surge é: essa mudança realmente refletirá nos preços que chegam às prateleiras?

Especialistas têm uma visão cautelosa sobre o impacto dessa decisão. É o que aponta a reportagem da Veja. Segundo Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo, o efeito real sobre os preços finais será bastante restrito. Ele destaca que os produtos incluídos na lista de isenção representam uma fração pequena do consumo total.

Por exemplo, apenas 0,6% do açúcar consumido no Brasil é importado, enquanto esse número cai para 0,2% no caso do milho e para 0,1% no café. As massas poderiam apresentar um impacto maior, já que os importados representam 15% da demanda local, mas, ainda assim, a redução nos preços seria pequena, segundo as análises do economista.

“O Brasil é um grande exportador, e o preço se forma lá fora, como milho, café e carnes. A oferta adicional que pode vir com a importação acaba não sendo significativa em relação ao tamanho do consumo doméstico”, diz o economista.

O BTG Pactual também compartilha uma visão cética quanto aos efeitos dessa medida, apontando um “impacto limitado” sobre os preços domésticos e sobre os produtores. No caso da carne, por exemplo, as importações representam menos de 1% do consumo nacional.

Isenção de impostos: efeitos menores do que se espera

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de aves, o que torna a isenção de impostos sobre importações menos relevante para o setor. Análises semelhantes podem ser feitas para outros produtos como milho, açúcar e café.

O impacto da medida é modesto. No caso do açúcar, apenas 0,6% do consumo é proveniente de importações, enquanto esse número diminui para 0,2% no milho e 0,1% no café.

As massas, por sua vez, poderiam apresentar um efeito um pouco mais significativo, visto que os produtos importados representam 15% da demanda nacional. Mesmo assim, segundo o economista Luciano Costa, a redução nos preços seria mínima.

O BTG Pactual também não vê grandes mudanças no horizonte. O banco aponta um “impacto limitado” tanto nos preços dos produtos locais quanto para os produtores. Para a carne, as importações representam menos de 1% do consumo interno, o que faz a isenção de impostos ter pouco efeito.

O Brasil é um dos principais exportadores de carne bovina, suína e de aves, o que reforça a visão de que a medida terá um impacto reduzido. O mesmo raciocínio pode ser aplicado a outros itens como milho, açúcar e café.