Requer cautela

BC: crédito dá sinais de desaceleração, mas ritmo ainda é elevado

O BC afirmou ainda acreditar que o sistema financeiro nacional está preparado para enfrentar possíveis riscos de crédito

28/05/2025 21:28

O Comef (Comitê de Estabilidade Financeira) do BC (Banco Central) avaliou, em reunião nesta semana, que o crédito brasileiro apresenta “leves sinais” de desaceleração. Contudo, a autarquia acredita que o ritmo ainda é elevado, mesmo diante de condições financeiras restritivas.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (28), após a reunião do Comef, o BC afirmou que o cenário — caracterizado pela elevação da Selic (taxa básica de juros) e pelos atuais níveis de inadimplência, comprometimento de renda e endividamento das famílias e empresas — “requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito”.

“No primeiro trimestre de 2025, o crescimento do crédito apresentou leves sinais de desaceleração, tanto no sistema financeiro quanto no mercado de capitais. Entretanto, o ritmo de crescimento segue historicamente elevado, em linha com a resiliência da atividade econômica, apesar das condições financeiras mais restritivas”, diz o comunicado, segundo o MoneyTimes.

A autarquia vem promovendo um forte aperto monetário, levando a Selic a 14,75% ao ano neste mês. O objetivo é conter a inflação e ancorar as expectativas do mercado. A desaceleração da atividade econômica e do crédito tem sido citada como fator crucial para atingir essa meta.

BC: sistema financeiro nacional e riscos de crédito

Na nota, o BC afirmou ainda acreditar que o sistema financeiro nacional está preparado para enfrentar possíveis riscos de crédito, com provisões adequadas para perdas, além de níveis satisfatórios de liquidez e capital por parte dos bancos.

O Comef também recomendou que as instituições financeiras mantenham uma gestão prudente de capital e liquidez, em razão das incertezas econômicas e da atual conjuntura macroeconômica.

“O Comef acompanha as condições financeiras internacionais, com atenção particular para as consequências da trajetória das políticas monetária e fiscal das economias avançadas, do reposicionamento das políticas comerciais, dos movimentos de reprecificação de ativos financeiros globais e dos eventos geopolíticos”, acrescentou o comitê.