Diz Galípolo

BC está ‘tateando’ ajuste da Selic para patamar restritivo suficiente

O Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano na última reunião

Galípolo do BC
Gabriel Galípolo/ Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou que a autarquia está migrando para um patamar de taxa de juros em que “tenha segurança de que está em um patamar restritivo” e que, no momento, o BC está “tateando” esse ajuste. Galípolo participou de audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal.

“O que o Banco Central está fazendo é migrando para um patamar em que ele tenha alguma segurança de que está num patamar restritivo, e a gente está tateando agora esse ajuste: se estamos num patamar restritivo suficiente, qual é o patamar restritivo suficiente ao longo desse ciclo de alta que ainda estamos fazendo”, disse ele, de acordo com o Valor.

O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano na última reunião. O colegiado também sinalizou a continuidade do ciclo de elevações, com uma nova alta de menor magnitude prevista para o próximo encontro, marcado para os dias 6 e 7 de maio.

Galípolo também voltou a comentar que, talvez, os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil não apresentem a mesma fluidez observada em outros países. “O que acaba demandando doses mais elevadas do remédio para que consigam atingir o mesmo efeito. É óbvio que é desejável que a gente consiga normalizar a política monetária no Brasil para alcançar um nível de juros mais semelhante ao que vemos em nossos pares, mas de maneira que a potência da política monetária seja aumentada”, afirmou.

Galípolo diz que Brasil está perto do pleno emprego

O Brasil se aproxima do pleno emprego, ao passo que a taxa de desocupação estava em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo Gabriel Galípolo, presidente do BC (Banco Central). A menor taxa da série histórica foi alcançada em novembro de 2024, quando chegou a 6,1%.

O presidente do BC marcou presença em uma audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, nesta terça-feira (22), em comparecimento regular para discutir política monetária e outros temas relacionados à autoridade monetária.

Galípolo comentou, durante a audiência, que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil está avançando mais de 3% ao ano nos últimos quatro anos.

Isto por conta dos ganhos de produtividade na agricultura, bem como pela forte recuperação do mercado de trabalho, que tem servido de estímulo para os setores de serviços e indústria.