O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento e Social) irá priorizar empresas exportadoras brasileiras que perderam mais de 5% do faturamento bruto por causa das tarifas impostas pelos EUA.
O presidente da instituição, Aloísio Mercadante, detalhou como se dará o crédito no Plano Brasil Soberano, criado pelo governo para aplacar os efeitos do tarifaço de Donald Trump.
Do volume total que será disponibilizado em crédito, R$ 30 bilhões serão do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), e R$ 10 bilhões serão de recursos do próprio banco. Os recursos financiarão capital de giro e investimentos voltados para adaptação da atividade produtiva, aquisição de máquinas e equipamentos e busca de novos mercados, disse a Agência Brasil
“A nossa expectativa é que o MDIC, a Receita e o Serpro [Serviço Federal de Processamento de Dados] entreguem ao BNDES lista com todas as empresas até o dia 8 de setembro, para a gente orientar toda a rede bancária. Com esse calendário cumprido, a gente começa a partir do dia 15 de setembro a ter as primeiras aprovações”, projetou Mercadante.
Serão quatro linhas de crédito disponíveis para os exportadores brasileiros:
- Capital de Giro (financiamento de gastos operacionais): de 1,15% ao mês mais spread bancário
- Giro Diversificação (busca de novos mercados): de 0,29% ao mês mais spread bancário e variação de dólar
- Bens de Capital (aquisição de máquinas e equipamentos): de até 0,58% ao mês
- e Investimento (inovação tecnológica, adaptação da atividade produtiva, de produtos, de serviços e de processos, e adensamento da cadeia produtiva): também de 0,58% ao mês
O cálculo de perdas será medido com base no período entre julho de 2024 e junho de 2025, anterior ao anúncio das tarifas.
Para as empresas de todos os portes que tiveram perdas maiores ou iguais a 5%, a linha de crédito disponível será a Giro Diversificação. Micro, pequenas e médias empresas nesta condição também terão acesso à garantia do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC), por meio do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).
As empresas que contabilizaram perdas maiores ou iguais a 20% poderão acessar todas as quatro linhas de crédito. Para micro e pequenas empresas que estiverem nessa situação, estão disponíveis as garantias do PEAC, por meio do FGI e do Fundo de Garantia de Operações (FGO).
Em todos os casos acima, as empresas precisarão comprovar a manutenção do número de empregados para ter direito ao crédito. Os critérios foram definidos pelo Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).