
Após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre de 2025, o Brasil caiu no ranking das economias que mais cresceram entre as maiores do mundo, apontou o Valor Econômico nesta terça-feira (2).
O levantamento foi feito pelo jornal utilizando dados elaborados pelo Valor Data com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Tranding Economics. Informações via Valor Investe.
Segundo os dados também divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE , a economia brasileira registrou crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025, em um ritmo mais lento que o observado anteriormente.
Analistas consultados em levantamento da Reuters previam uma alta de 0,3% no PIB entre os meses de abril e junho, em comparação com os três primeiros meses do ano. O desempenho abaixo do ritmo anterior foi influenciado por uma queda na atividade do setor agropecuário e por um enfraquecimento da indústria.
Com esse resultado, o Brasil caiu para a oitava posição no ranking que mede o crescimento no acumulado de 12 meses, com 3,2% de avanço. O país fica atrás de colegas do BRICS, como a Índia, líder da lista com 7,8% de crescimento, China (+5,2%), Indonésia (+5,1%) e Arábia Saudita (+3,9%). O Brasil ainda está à frente dos EUA, que teve crescimento de 2% no período de um ano.
Já no ranking que mede os resultados no segundo trimestre de 2025, o Brasil está na 12ª posição, com crescimento de 0,4%.
Juros altos freiam crescimento, mas consumo forte sustenta PIB
Apesar das dificuldades, o consumo das famílias mantém a atividade econômica resiliente, sustentando o crescimento mesmo sob forte aperto monetário.
A economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, destaca que o cerne da mensagem do PIB é resiliência, ainda que o ritmo de crescimento esteja desacelerando.
Segundo a especialista, “PIB só coloca em dúvida a velocidade da mesma [desaceleração]”, e avalia que o desempenho recente evita leituras mais negativas sobre a atividade, garantindo um carrego estatístico de 2,4% para 2025.
Isso torna uma alta anual de 2,5% mais plausível, com um viés altista para a projeção anterior de 2,2%.
Porém, a economista-chefe ressalta que a composição do dado foi “apenas moderadamente positiva”, com destaque para o setor de serviços financeiros, comércio e indústria de transformação, enquanto o consumo doméstico desacelerou, e construção e indústria extrativa ficaram abaixo do esperado.