A confiança do setor de serviços no Brasil voltou a registrar queda em junho, em meio à deterioração das perspectivas tanto sobre a situação atual quanto sobre o futuro. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (27) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
No período, o ICS (Índice de Confiança de Serviços) recuou 1,2 ponto, chegando a 90,7 pontos. O dado devolve praticamente todo o ganho registrado em maio.
Análise da confiança no setor de Serviços no Brasil
“O resultado de junho da Sondagem de Serviços reforça a tendência de queda da confiança ao longo do ano”, explicou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Segundo o economista, a piora no cenário dos negócios é heterogênea e mais intensa no setor de serviços profissionais. Mesmo com a manutenção de um mercado de trabalho aquecido em 2025, as companhias aguardam uma redução da demanda no curto prazo, o que evidencia o pessimismo em relação às expectativas futuras do setor.
“O cenário macroeconômico, com um ambiente de pressões inflacionárias e de política monetária contracionista, não indica uma reversão de tendência nas expectativas das empresas”, pontuou Pacini. Na sua avaliação, as companhias esperam um segundo semestre marcado por desaceleração da atividade.
Desempenho dos componentes do ICS
O ICS recuou devido à piora de seus dois componentes. O ISA-S (Índice de Situação Atual) caiu 1,5 ponto, chegando a 92,7 pontos — menor nível desde fevereiro de 2022 (91,8 pontos) — e o IE-S (Índice de Expectativas) recuou 1,0 ponto, atingindo 88,8 pontos.
Os dois componentes do ISA-S registraram retração: o indicador de volume de demanda atual caiu 2,5 pontos, enquanto o indicador de situação atual dos negócios recuou 0,5 ponto. Ambos ficaram em 92,7 pontos, segundo a FGV.
Entre os componentes do IE-S, o indicador de demanda prevista para o próximo trimestre cedeu 2,7 pontos, para 88,1 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 0,7 ponto, chegando a 89,5 pontos.