A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) estima que a carteira de crédito total deve crescer 1% em outubro de 2025, com o ritmo de crescimento anual permanecendo em 10,1%. O resultado da Pesquisa Especial de Crédito da Febraban indica que o ritmo de expansão do saldo de crédito continua elevado, permanecendo na faixa dos dois dígitos e com um processo gradual de acomodação.
As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do Brasil e é uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central. O BC (Banco Central) divulgará os números oficiais no próximo dia 26 de novembro. A íntegra pode ser acessada no link.
O levantamento divulgado nesta sexta-feira (21) aponta que a alta deve ser puxada pela carteira destinada às famílias, com avanço de 1,3% no mês. A expansão é mais intensa na carteira com recursos livres, que tem crescimento previsto de 1,6%. Essa expansão sinaliza crescimento relativamente disseminado entre as modalidades em outubro, mas com as linhas de maior risco (rotativas) seguindo com maior vigor. Com o resultado de outubro, em 12 meses, a carteira Livre para PF (pessoas físicas) deve acelerar para 12,6%, ante +12,2% em setembro.
A carteira PF Direcionada deve crescer 0,9% no mês, beneficiada pelos primeiros efeitos das renegociações do crédito rural. No acumulado em 12 meses, a carteira direcionada PF deve seguir estável em 9,4%.
Já o crédito destinado às empresas deve crescer 0,4% no mês, influenciado pelos recursos direcionados (+2,0%), que seguem sustentados pelos programas governamentais. O resultado deve manter o ritmo de expansão anual da carteira direcionada em alto patamar (em 16,9%, ante 17,2%).
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A carteira PJ (pessoa jurídica) com recursos livres, deve recuar 0,6%, impactada pela sazonalidade negativa das linhas de desconto de recebíveis, apreciação cambial (linhas externas) e fraco dinamismo do capital de giro. Em 12 meses, a expansão da carteira Livre PJ deve desacelerar de 4,0% para 3,8%, seguindo como o segmento de menor dinamismo.
“No geral, o resultado da pesquisa mostra que o processo de desaceleração do crédito segue gradual, apesar da política monetária em nível bastante contracionista, com o ritmo de crescimento da carteira total permanecendo em dois dígitos. Esse crescimento segue sustentado pelos programas governamentais para as empresas e linhas voltadas ao consumo para as famílias, embora neste caso, com uma piora da qualidade da carteira”, avaliou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Esse quadro sugere alguma cautela com o comportamento da inadimplência, que deve provavelmente seguir em viés de alta nos próximos meses”, complementou.
Expansão nas concessões
A Febraban espera que as concessões de crédito apresentem expansão mensal de 2,1% no décimo mês do ano. Ajustando pelo número de dias úteis, o resultado representa uma queda de 2,3% na margem. A queda no mês (com ajuste de dias úteis) reflete, principalmente, o recuo no volume de crédito direcionado (-12,5%), especialmente às empresas, refletindo questões sazonais e a elevada base de comparação dos meses anteriores.
Comparando com outubro de 2024, que elimina efeitos sazonais, as concessões devem crescer 9,1%, com alta importante nas linhas com recursos livres (PF e PJ). Entretanto, no acumulado em 12 meses, o ritmo de crescimento das concessões deve seguir em desaceleração, passando de 10,8% para 9,9%, em linha com os sinais de acomodação gradual do crédito.
