Dados do Índice Cielo do Varejo Ampliado, mostram que as vendas no varejo de dezembro de 2024 caíram 2,3%, comparada com o mesmo mês de 2023, já descontada a inflação.
Em termos nominais, que espelham a receita das vendas observadas pelos varejistas, ocorreu um crescimento de 2,8%, as infomrações foram apuradas pelo portal Veja Negócios.
Três macrossetores do varejo registraram queda: Bens Não Duráveis (-2,8%), Bens Duráveis e Semiduráveis (-2,7%) e Serviços (-0,6%).
De acordo com Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, a inflação pode, em parte, explicar o desempenho negativo do varejo em dezembro.
“Alguns segmentos, como alimentação e transportes, podem ter sido mais afetados pelo aumento de preços. O resultado só não foi mais negativo devido ao impacto positivo do Natal, bem como ao desempenho dos setores de Turismo e Transportes e Recreação e Lazer”, diz Alvez.
Ibovespa: aviação, varejo e educação líderam quedas de 2024
O Ibovespa findou 2024 muito longe do que as previsões indicavam no início do ano, com o índice fechando o último pregão do período, na segunda-feira (30), com saldo negativo maior que 10%. Como em todo jogo, alguns saíram vencedores ou perdedores, com os três papéis que encabeçaram o lado negativo do ranking ilustrando os setores que mais frustraram os investidores.
No topo da lista de maiores desvalorizações esteve a Azul (AZUL4), cujo desempenho chegou ao fechamento da véspera com -77,89%. Em seguida vieram Magalu (MGLU3) e Cogna (COGN3) com quedas acumuladas de 69,76% e 68,77%, respectivamente.
No quadro geral, especialistas acreditam que a deterioração nos indicadores econômicos ao longo do ano, bem como nas perspectivas para eles em 2025, enfraqueceu o desempenho de setores do Ibovespa mais sensíveis ao dólar, aos juros e à inflação, como no caso da aviação, educação e varejo.
A performance amarga da Azul (AZUL4) no Ibovespa refletiu a situação de seus déficits. Ao longo do ano, a companhia aérea buscou formas de renegociar uma dívida de curto prazo e chegou a conseguir através de um acordo com detentores de títulos para obter US$ 500 milhões em financiamento adicional.