Foto: Augusto Coelho / CNI
Foto: Augusto Coelho / CNI

Um roteiro estratégico alicerçado pela CNI em cinco pilares com objetivo de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental na Amazônia, a partir de iniciativas que podem acrescentar cerca de US$ 320 bilhões em receitas nos próximos 30 anos.

Essa é a proposta do documento “Legacy for Brazil and the Amazon”, apresentado nesta segunda-feira (10), em Belém (PA), pelo SB COP, no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI) presente na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A iniciativa Sustainable Business COP (SB COP) foi lançada no ano passado na COP29, no Azerbaijão, e é liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O SB COP foi criado com a missão de engajar o setor privado nas discussões climáticas e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

Para a COP30, empresas de diversos setores se alinharam para buscar ações prioritárias a serem discutidas durante a conferência em Belém.

Os esforço do grupo foram organizados em oito grupos de trabalho, cada um abordando um tema estratégico: transição energética; economia circular e materiais; bioeconomia; sistemas alimentares; soluções baseadas na natureza; cidades sustentáveis; financiamento e investimento para a transição; e empregos e habilidades verdes.

A COP que está sendo realizada no Brasil mobilizou mais de 40 milhões de empresas em 60 países, criando um canal para contribuições empresariais em conferências sobre o clima.

Mais de 600 casos de sucesso foram analisados pelos grupos, e que demonstram como as soluções de sustentabilidade estão sendo implementadas na prática.

Documento da CNI expõe engajamento da indústria

Elaborado para traçar uma trajetória de desenvolvimento sustentável para o país responsável por sediar a COP, o foco da primeira edição do documento “Legacy for Brazil and the Amazon” foi o Brasil e, em especial, a Amazônia.

O documento também apresenta considerações sobre dois temas que influenciaram os debates da iniciativa: saúde e carbon accounting (contabilidade de carbono).

Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, além do valor ecológico, a Amazônia representa uma plataforma para o crescimento nacional, ancorada em setores como bioeconomia, mineração, energia e agronegócio sustentável.

Para Ricardo Alban, o engajamento da indústria tem sido crucial para concretizar essa visão.

“A realização da COP na Amazônia e o trabalho da SB COP demonstram que o setor privado brasileiro é um motor essencial para impulsionar a inovação e o investimento que contribuem para uma economia de baixo carbono. O Legacy Report é um marco que consolida recomendações e mostra caminhos concretos para acelerarmos a agenda da sustentabilidade no Brasil”, afirmou.

O documento realizado pelo SB COP Legacy Report revela que o mercado de carbono, sob o novo marco legal (Lei nº 15.042/2024), pode acrescentar US$ 320 bilhões em receitas nos próximos 30 anos.

Segundo explicou o presidente da CNI, o SB COP preparou o documento para a COP30 delineando 23 prioridades voltadas a acelerar o alcance das metas climáticas e fortalecer o papel do setor privado nas negociações globais.

“Além disso, construímos um portfólio de 670 iniciativas de diferentes continentes que demonstram, na prática, como a transição para uma economia de baixo carbono está em andamento. O Brasil lidera esse movimento com 19 experiências bem-sucedidas”, afirmou Alban.

Plano de ação que pode resultar em bilhões de dólares

O dirigente da entidade principal da indústria brasileira diz ainda que esses casos relatados no documento representam bilhões de dólares em investimentos, milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa evitadas ou reduzidas, milhares de empregos qualificados criados e, sobretudo, comunidades inteiras integradas à economia verde.

“São soluções industriais inovadoras, modelos avançados de bioeconomia, tecnologias limpas, cadeias produtivas regenerativas e programas inclusivos de desenvolvimento territorial”, completa Alban.

Para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental na Amazônia, o relatório propõe um plano de ação estruturado em cinco pilares:

  1. Definição de políticas públicas e marcos regulatórios;
  2. Fornecimento de financiamento e incentivos;
  3. Fortalecimento das cadeias de valor;
  4. Entrega de serviços essenciais;
  5. Promoção de empregos e habilidades verdes.

“O legado da COP30 da SB é claro: o Brasil pode e deve unir produção e conservação, inovação e desenvolvimento, sustentabilidade e crescimento econômico. Assim, a indústria brasileira reitera sua convicção de que um mundo melhor é totalmente possível e reforça suas ações para torná-lo uma realidade concreta”, finaliza o presidente da CNI.