Foto: arquivos Agência Brasil
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O Índice de ICOM (Confiança do Comércio) do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) registrou alta de 1,5 ponto em outubro, alcançando 86,2 pontos, na segunda elevação consecutiva. Já no resultado em médias móveis trimestrais, houve recuo de 0,3 ponto, para 84,7 pontos.

Geórgia Veloso, economista do FGV Ibre, destacou que a alta da confiança foi impulsionada, desta vez, apenas pelas expectativas para os próximos meses.

“Apesar de enfrentarem um consumo lento, refletido na demanda atual fraca, os empresários estão menos pessimistas, ancorados em uma expectativa de melhora nas vendas de fim de ano, que podem ser um pouco melhores do que se esperava anteriormente”, afirmou Veloso, em entrevista ao Valor Econômico.

A economista ponderou ainda que essa redução do pessimismo encontra respaldo na recuperação da confiança dos consumidores.

“No entanto, o consumo continua sendo afetado pelo cenário de juros altos e pelo elevado endividamento das famílias, o que segue impactando negativamente a percepção sobre a situação atual”, completou.

Confiança da indústria cai pela sétima vez em 2025

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu 0,7 ponto no mês de outubro, para 89,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,7 ponto, para 90,2 pontos, disse o FGV Ibre. Dados foram divulgados nesta quarta-feira (29).

No oitavo mês do ano, 7 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem registraram queda, refletindo a piora tanto nas avaliações sobre a atual situação quanto nas expectativas em relação aos próximos meses.

“Em outubro a confiança da indústria piorou pela sétima vez no ano, reforçando o sentimento de pessimismo no setor. Nas avaliações sobre o momento atual dos negócios, preocupa o alto nível dos estoques na maioria dos setores. Quanto ao futuro, o sentimento de pessimismo é notado em todas as categorias de uso, sobretudo nas produtoras de bens duráveis que são mais sensíveis aos reflexos da política monetária
contracionista”, comentou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.

“O resultado da sondagem retrata à risca a complexidade do ambiente macroeconômico para o setor industrial que vem apresentando sinais de desaceleração da atividade no segundo semestre. Apesar da redução da incerteza e do bom momento do mercado de trabalho, a indústria segue pessimista e distante de um reaquecimento da demanda, indicando desaceleração nos últimos meses do ano”.