Decisão unânime

Copom eleva Selic a 14,75%, maior nível de juros em quase 20 anos

A medida já era amplamente antecipada pelos agentes do mercado financeiro e marca a sexta elevação consecutiva da Selic

Copom eleva Selic a 14,75%, maior nível de juros em quase 20 anos

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (7) elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, levando os juros básicos da economia a 14,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiados.

O novo nível é o mais alto alcançado desde 2006, marcando o maior patamar em quase duas décadas.

A medida já era amplamente antecipada pelos agentes do mercado financeiro e marca a sexta elevação consecutiva da Selic. Desta vez, no entanto, o BC optou por moderar o ritmo de ajuste, após três reuniões seguidas em que os juros subiram um ponto percentual.

Apesar da nova elevação da Selic, o cenário segue envolto em incertezas. Economistas e agentes do mercado mantêm uma postura de cautela e esperam a divulgação da ata da reunião do Copom para entender melhor os próximos passos da política monetária.

Palavras como “incerteza”, “flexibilidade” e “cautela” têm sido recorrentes nas declarações públicas de integrantes do Banco Central, o que, segundo especialistas, indica um tom ainda conservador no combate à inflação.

Sobre o possível encerramento do ciclo de alta dos juros, as opiniões continuam divididas: enquanto alguns analistas veem espaço para um último ajuste em junho, outros acreditam que a alta desta quarta-feira pode ter sido a final. A expectativa agora se volta à comunicação oficial do BC, que deve dar sinais mais claros sobre o rumo da Selic.

Fim do cilco de alta da Selic se aproxima? 

A proximidade do fim do ciclo de alta da Selic ainda levanta dúvidas no mercado, especialmente em um contexto global marcado por incertezas.

Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma nova leva de tarifas, o ambiente internacional se tornou mais volátil — um fator frequentemente citado pelos diretores do Banco Central em suas últimas comunicações.

Em resposta à imprevisibilidade crescente, a sinalização é de que o Copom deve deixar de fornecer orientações explícitas sobre seus próximos movimentos a partir de junho. Ao abrir mão do chamado forward guidance, a autoridade monetária busca manter margem de manobra para reagir com mais agilidade às mudanças no cenário econômico.