O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, criticou a decisão tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), de reduzir o ritmo de cortes na taxa básica de juros da economia.
Nas últimas seis reuniões, o Copom havia reduzido a Selic em 0,5%, mas desta vez optou por um corte de apenas 0,25%.
Na visão do líder da CNI, a decisão do Copom, que não foi unânime entre os membros do colegiado, foi considerada inadequada e não condizente com o momento econômico do Brasil.
“Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
“Reduzir o ritmo de corte da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil alcançar mais prosperidade econômica, aumento de emprego e de renda”, completou Alban.
Com o novo corte da Selic, a taxa de juros do país caiu para 10,50% ao ano, em comparação aos 10,75% anteriores.
Essa mudança rompeu com o plano estabelecido em agosto do ano passado, quando o Banco Central iniciou um ciclo de cortes de 0,5% na taxa básica de juros.
Dos nove membros do Comitê, cinco votaram pelo corte de 0,25% e quatro preferiram manter o ritmo de redução de 0,5%.
Presidente do CNI esperava corte maior nos juros
O presidente da CNI expressou sua expectativa de que, nas próximas reuniões do Copom, após a divulgação de novos dados sobre inflação confirmando a convergência para a meta, o ritmo dos cortes volte ao patamar de 0,5 ponto percentual, como vinha ocorrendo desde agosto de 2023.
O presidente da instituição argumentou que, além do cenário de inflação controlada, os altos juros reais prejudicam a economia.
Além da CNI, outras entidades também criticaram a decisão do BC. A Firjan, por exemplo, considerou a medida “inadequada”, afirmando que a manutenção dos juros elevados impacta negativamente a confiança dos empresários.
“Mesmo com os cortes já realizados, a taxa de juros real (que desconsidera os efeitos da inflação) está em 6,9% ao ano, ou seja, 2,4 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica”, avaliou.
O Sebrae também manifestou preocupação, apontando que o atual patamar da Selic, mesmo com a redução de 0,25%, continua alto para os pequenos empresários, cujas taxas de crédito podem chegar a 40% ao ano.
“Essa elevada taxa de juros tem efeito direto e negativo na atividade econômica e no crédito”, afirma o comunicado da Confederação Nacional da Indústria.