Economia nacional

Desemprego no Brasil pode ser ainda menor, diz especialista

Um estudo realizado pelo Santander destaca que a análise das demissões voluntárias no mercado formal e o cálculo da "taxa de demissão involuntária"

(foto: itstock)
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Outros indicadores alternativos sugerem que a taxa de desemprego no Brasil pode surpreender positivamente no final deste ano e até mesmo no próximo. 

Um estudo realizado pelo Santander destaca que a análise das demissões voluntárias no mercado formal e o cálculo da “taxa de demissão involuntária”, que representa o percentual de pessoas demitidas em relação ao total de saídas de empregos formais, têm sido eficazes em prever a evolução do desemprego no país com uma antecedência de aproximadamente oito meses.

“O assunto está em alta, bancos centrais no Brasil e lá fora estão olhando para o emprego. Queremos saber se, à frente, o mercado de trabalho vai continuar aquecido ou não, mas os dados correntes não dão todo o ‘cheiro’ disso”, explica Felipe Kotinda, economista do Santander e autor do estudo junto com Henrique Danyi. 

“A nossa conclusão, a partir desses outros indicadores, é que a taxa de desemprego deve ficar mais baixa por mais tempo”, afirma Kotinda.

Brasil: demissões voluntárias impactam mercado

A especialista Danyi destaca que a taxa de demissão voluntária pode refletir dois cenários distintos: uma maior saída de pessoas do mercado de trabalho ou um aumento na realocação de profissionais dentro desse mercado. 

Ambos os casos indicam pressão, sendo que quanto maior essa taxa, mais apertado se torna o mercado.

Em um contexto em que as demissões a pedido no mercado formal brasileiro estão em ascensão, o país se destaca pela falta de dados sobre demissões voluntárias em todo o mercado de trabalho. 

Os economistas do Santander, porém, têm monitorado o comportamento dessas demissões em relação à população ocupada no mercado formal. 

Antes da pandemia, a taxa estava em torno de 0,5%, atingindo um mínimo de 0,4% durante a crise sanitária. No entanto, desde então, a taxa vem subindo consistentemente e atualmente está em 1,1%.

Por outro lado, a “taxa de demissão involuntária” permanece historicamente baixa. Esse indicador foca especificamente nas demissões que ocorrem sem a vontade do trabalhador, excluindo aqueles que apenas mudaram de emprego ou saíram do mercado de trabalho, como no caso de aposentadorias.

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