O Ministério da Fazenda elevou sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024 de 2,2% para 2,5%.
Isso indica um otimismo por parte do governo em relação ao mercado, que, de acordo com a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo BC (Banco Central), prevê um crescimento econômico de 2,09% no mesmo período.
Esses dados foram divulgados pela SPE (Secretaria de Política Econômica) no Boletim Macrofiscal desta quarta-feira (15).
É importante destacar que a projeção da Fazenda não incorpora os efeitos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica.
O documento ressalta que a extensão desses impactos depende de possíveis novos eventos climáticos, da possibilidade de transbordamento desses efeitos para estados vizinhos e do impacto de programas de auxílio fiscal e de crédito nas áreas afetadas pelas chuvas.
“O PIB do Rio Grande do Sul, com peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores”, informou o Boletim Macrofiscal.
“Atividades ligadas à agropecuária e indústria de transformação deverão ser as mais afetadas a nível nacional, por serem mais representativas no PIB do estado que no PIB brasileiro”, completou.
Quanto aos anos seguintes, as projeções de crescimento econômico permanecem inalteradas. Para 2025, a previsão foi mantida em 2,8%.
Para 2026, a estimativa é de 2,5%, em 2027 espera-se um crescimento de 2,6%, e em 2028 a previsão também é de 2,5%.
Fazenda vê inflação maior
O governo revisou para cima a projeção de inflação para 2024, passando de 3,5% para 3,7%. Essa previsão fica ligeiramente abaixo das estimativas do mercado, em que a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central está em 3,76%.
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, a expectativa também subiu levemente, de 3,10% para 3,2%, mas ainda permanece abaixo das expectativas dos economistas, que apontam uma estimativa de 3,66% de acordo com o Boletim Focus.
“O aumento nas estimativas para a inflação captura tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves”, listou o documento do Ministério da Fazenda.
De acordo com as projeções, as expectativas de alta consideráveis fixaram-se nos próximos 60 dias.
“Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes, com a normalização da oferta”, informou.
“Apesar do avanço nas estimativas para a inflação cheia em 2024, a projeção para a variação média das cinco principais medidas de núcleo se manteve estável em relação ao projetado em março, em 3,40%”, completou.