Governo precisa de superávit primário de R$ 27,1 bi para cumprir meta fiscal

O governo brasileiro precisa obter superávit primário de R$ 27,1 bilhões no último trimestre de 2025 se quiser cumprir o piso da meta fiscal, diz a estimativa do RAF (Relatório de Acompanhamento Fiscal), publicado pela IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado) nesta quinta-feira (23). Informações via CNN.

Os analistas do IFI alertam que, após a derrubada da MP (Medida Provisória) alternativa ao IOF (Imposto Sobre Operação Financeira), a obtenção desse superávit se tornou mais difícil. O governo tinha a expectativa de arrecadar R$ 10,6 bilhões com o texto ainda este ano, e contabilizou os recursos nas suas estimativas fiscais.

“Com o fim dos efeitos da MP nº 1.303, o Executivo pode ter que recorrer a um contingenciamento no próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, a ser divulgado no fim de novembro, caso não ocorram compensações para essa perda de receitas”, escreveram o diretor da IFI, Alexandre Andrade, e o analista Pedro Souza.

O governo central já acumula um déficit primário de R$ 58,1 bilhões de janeiro a setembro, abatendo os gastos que não são considerados para o cumprimento da meta. Para alcançar o centro do alvo, o déficit zero, seria necessário um superávit primário proporcional.

Para atingir o piso do alvo – um déficit de R$ 31 bilhões -, o governo precisaria alcançar um superávit de R$ 27,1 bilhões entre outubro e dezembro.

No entanto, os analistas do IFI afirmam que obter esse resultado pode ser desafiador por dois aspectos principais: a frustração de receitas e aumento do déficit das empresas estatais, sobretudo por causa dos Correios, que podem demandar um aporte do Tesouro e o esforço fiscal necessário para cumprir o alvo.

Lula defende comércio em moedas locais e reforça aliança com Indonésia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (23), que Brasil e Indonésia devem avançar no comércio bilateral baseado em moedas locais, sem depender do dólar, e reforçou a aliança entre os dois países na consolidação do Sul Global.

A declaração foi feita ao lado do presidente Prabowo Subianto, após a cerimônia de assinatura de atos de cooperação no Palácio Merdeka, em Jacarta.

“Brasil e Indonésia não querem uma nova Guerra Fria. Queremos comércio livre, multilateralismo, democracia comercial e não protecionismo”, afirmou Lula.