O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira (13) a suspensão da dívida, durante o período de três anos, do Rio Grande do Sul com o Governo Federal.
“Os juros da dívida serão zerados sobre todo o estoque da dívida pelo mesmo prazo. Vamos poder contar com cerca de R$ 11 bilhões para um fundo contábil que deverá ser investido na reconstrução do estado”, disse o ministro.
A medida visa garantir recursos para ações de reconstrução do estado que sofreu as piores chuvas de sua história e enfrenta uma de suas maiores crises.
A fala foi dada durante reunião entre Haddad, o presidente da República Lula e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, realizada por videoconferência para tratar de novas medidas de socorro ao estado, afetado pelas piores chuvas de sua história.
Com isso, o governo gaúcho consegue mais espaço orçamentário para destinar no enfrentamento das enchentes e execução de planos de reconstrução. A expectativa é de que a ação represente uma folga entre R$ 10 bilhões e R$ 11 bilhões no caixa do estado. O projeto de lei determina que os recursos têm que ser usados na reconstrução do RS.
Haddad afirma que ajuda ao RS não vai afetar meta do déficit zero
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou na última sexta-feira (10) em São Paulo que o pacote de auxílio anunciado pelo governo federal ao Rio Grande do Sul, avaliado em quase R$ 51 bilhões, não afetará sua política de buscar uma meta de resultado primário zero para o próximo ano.
“Não [compromete], porque os gastos com calamidade pública, como aconteceu na pandemia, e estamos falando de uma coisa bem menor, já que a pandemia afetou o Brasil inteiro por muitos meses, mas os números preliminares para a reconstrução do Rio Grande, já divulgados pelo governador, é uma fração do que teve que se investir na pandemia”, afirmou.
No mesmo dia em que o governo Lula anunciou um pacote com 12 medidas visando injetar R$ 50,9 bilhões na economia gaúcha, o governador do
Estado, Eduardo Leite (PSDB), calculou em cerca de R$ 19 bilhões o montante necessário para a reconstrução do Estado.
Ao participar do lançamento de um livro de Gabriel Chalita, que anteriormente foi seu secretário de educação na prefeitura de São Paulo, Haddad concordou que o montante total necessário para a recuperação do Rio Grande do Sul, incluindo as medidas anunciadas pelo governo federal, pode aumentar nas próximas semanas conforme novas necessidades surgirem.