Alto risco

Inadimplência no Brasil chega a maior nível em quase 8 anos

Crescimento do crédito segue perdendo força em meio a custos elevados dos empréstimos

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A inadimplência no Brasil subiu em julho para o nível mais alto em quase oito anos, informou o BC (Banco Central) nesta quarta-feira (27), enquanto o crescimento do crédito seguiu perdendo força em meio a custos a elevados dos empréstimos.

A inadimplência no segmento de recursos livres, quando as condições dos empréstimos são pactuadas sem a interferência do governo, ficou em 5,2%, contra 5,0% no mês anterior, chegando ao patamar mais elevado desde novembro de 2017. No ano, o indicador acumula um salto de 1,1%.

Os dados foram divulgados após recente mudança regulatória que resultou em uma projeção de valores mais altos do que os calculados anteriormente pelos bancos.

Concessões de empréstimos

As concessões de empréstimos no Brasil subiram 1,2% em julho em relação ao mês anterior, mostraram os dados, com o estoque total de crédito em alta de 0,4% no período, a R$ 6,716 trilhões.

O aumento em 12 meses do estoque de crédito caiu a 10,7% em julho, de 10,8% em junho. O BC disse que sinais de desaceleração do crédito se tornaram mais evidentes, embora o crescimento siga em ritmo historicamente elevado.

“Essa desaceleração era esperada e está alinhada às condições financeiras mais restritivas e à moderação do crescimento da atividade econômica”, apontou a ata do Comef (Comitê de Estabilidade Financeira).

O BC tem mantido a taxa básica de juros Selic em nível restritivo, de 15% ao ano, com o objetivo de desacelerar a atividade econômica e levar a inflação à meta de 3%.

Concessões de financiamentos

No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as concessões dos empréstimos são negociadas livremente entre bancos e tomadores, aumentaram 0,5% em relação ao mês anterior.

Para as operações com recursos direcionados, que estão dentro dos parâmetros do governo, houve alta de 7,4%. Já os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 45,4%, uma queda de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Nos recursos direcionados houve estabilidade, a 11,8%. O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, caiu para 31,6 pontos percentuais os recursos livres, contra 31,7 pontos no mês anterior.