‘Sofrimento’

IOF: Lula sai em defesa de Haddad em meio à crise do imposto

Na noite de quarta-feira (28), Haddad destacou o risco de paralisação da máquina pública caso o decreto seja derrubado sem compensação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), rebateu nesta quinta-feira (29) as críticas que vem recebendo pela decisão do governo de elevar as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Durante evento no Paraná, Haddad classificou como um “sofrimento” a pressão enfrentada, mas destacou que servir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “é sempre interessante”. O ministro foi defendido pelo presidente.

“Por mais que você sofra, com o tanto que você é criticado, que você é isso, que você é aquilo, tem o dia de hoje para apagar todo o sofrimento”, declarou Haddad na cerimônia de criação do Assentamento Maila Sabrina, em Ortigueira (PR), de acordo com o InfoMoney.

No mesmo evento, o presidente Lula saiu em defesa do ministro. Ao comentar a entrega do assentamento e a atuação do governo no campo, Lula afirmou que Haddad é um dos responsáveis pelos avanços. “Quando a gente tem gente competente para sentar numa mesa e fazer negociação, a gente consegue muitas coisas nesse país. Messias e Haddad estão de parabéns por isso”, afirmou, citando também o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias.

Reação do Congresso e impacto do IOF

As declarações ocorrem em meio a uma forte reação do Congresso ao decreto que elevou o IOF. Parlamentares articulam a votação de Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) para derrubar a medida, que já foi parcialmente revogada após críticas do mercado. Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “o clima é para derrubada do decreto do IOF” e deu 10 dias para o governo apresentar um plano alternativo.

Na noite de quarta-feira (28), Haddad se reuniu com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e reforçou que não há alternativa imediata à medida, destacando o risco de paralisação da máquina pública caso o decreto seja derrubado sem compensação. De acordo com a Folha de S.Paulo, a equipe econômica trabalha em alternativas apenas para 2026, pois não abre mão da arrecadação proveniente do IOF para este ano.