Moody’s

Juros altos estão tirando competitividade de bancos médios brasileiros

O relatório do Moody's analisa um grupo de 16 bancos de nicho e de médio porte na América Latina

Moody’s/Divulgação
Moody’s/Divulgação

Os juros elevados por um período prolongado devem prejudicar a competitividade dos bancos médios na América Latina, segundo relatório da agência de classificação de risco Moody’s, divulgado nesta terça-feira (29).

No Brasil, essas instituições enfrentam custos de captação crescentes e acesso limitado a linhas de crédito de longo prazo, o que restringe sua capacidade de fazer hedge contra oscilações nas taxas de juros. Com isso, empréstimos com taxa fixa e prazo mais longo tendem a sofrer compressão nas margens, enquanto carteiras com crédito corporativo a taxa flutuante e prazos mais curtos poderão repassar parte dos custos via reprecificação. As informações são do Valor Econômico.

O relatório analisa um grupo de 16 bancos de nicho e de médio porte na América Latina. De acordo com a Moody’s, essas instituições devem perder competitividade frente aos grandes bancos e fintechs, apesar de terem apresentado rentabilidade elevada mesmo em cenários adversos na última década.

Segundo a agência, os grandes bancos vêm expandindo sua presença nos mercados tradicionalmente atendidos pelos médios, oferecendo crédito a pequenas e médias empresas com maior rentabilidade e disputando espaço no financiamento ao consumo de menor risco. Enquanto isso, as fintechs reduzem o custo de atendimento e ampliam a diversidade de produtos, pressionando ainda mais os bancos médios.

Juros futuros encerram perto da estabilidade com ‘calmaria’ do mercado

Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira (28) próximos dos ajustes da sessão anterior, em um dia de poucos gatilhos para direcionar os negócios.

As falas do presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, foram interpretadas como neutras e não revelaram novidades sobre a condução da política monetária. Além disso, o movimento de ajuste que pressionava a ponta longa da curva a termo foi se reduzindo durante a tarde, e as taxas apagaram a alta, também com apoio da valorização do câmbio doméstico.

Assim, a taxa do contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento para janeiro de 2026 encerrou o dia com leve alta, passando de 14,64% no ajuste anterior para 14,675%; a do DI de janeiro de 2027 variou de 13,90% para 13,905%; a do DI de janeiro de 2029 teve leve alta, de 13,635% para 13,64%; e a do DI de janeiro de 2031 caiu de 13,955% para 13,93%.