O ex-secretário do Tesouro Nacional do Brasil e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, declarou nesta segunda-feira (17) que acredita ser possível iniciar o corte de juros no Brasil já em 2026. A fala foi realizada durante o evento que celebrou os 20 anos do SIAC.
“Nós não sabemos qual será o tamanho do corte de juros, porque é ano de eleição. Então, em geral, quando o Banco Central começa a cortar juros, ele inicia o ciclo antes do ano eleitoral”, explicou Mansueto.
O economista acrescentou que, desta vez, o BC deve começar o processo de redução em um ano de eleição — um período naturalmente marcado por maior volatilidade. Assim, caso haja uma surpresa inesperada no câmbio, a autoridade monetária poderá ter de interromper o ciclo de queda.
Para ele, o momento é propício para iniciar esse movimento. Na percepção de Mansueto, o Brasil está se estabilizando em um nível “muito alto”, ou seja, a economia não está fraca.
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Ele lembrou que, em maio de 2016, os juros brasileiros estavam em 14,25% ao ano, mas, em maio de 2018, a taxa nominal havia recuado para 6,5% ao ano. “Então, quem quer que seja o próximo governo, no primeiro dia, na primeira semana, vai precisar estabelecer algumas linhas básicas de controle de despesa obrigatória, e imediatamente o mercado vai reagir”, afirmou.
Possibilidade de queda rápida dos juros
“Corre o risco positivo de irmos para 2027 com uma queda muito rápida dos juros, caso venha um programa com credibilidade que mostre que o governo vai controlar o crescimento das despesas”, declarou.
Ou seja, se o novo governo — independentemente de quem assumir — estabelecer uma política clara de contenção e redução de gastos, haverá espaço para uma queda mais acelerada da taxa de juros brasileira.
