
A produção industrial do Brasil registrou alta de 0,1% em outubro, ante o mês anterior. As informações são da PIM-PF (Pesquisa Industrial Mensal — Produção Física), divulgada nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No mês de setembro, o indicador havia recuado 0,4%.
A mediana das projeções de 19 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data era de um avanço de 0,5%. As estimativas variavam de contração de 0,1% a alta de 1,1%.
Frente a outubro de 2024, a produção industrial caiu 0,5%. Nessa base de comparação, a expectativa mediana do mercado era de crescimento de 0,2%, conforme levantamento do Valor Data, com projeções indo de queda de 1,2% a alta de 0,9%.
Desempenho da Indústria Brasileira
A indústria acumula elevação de 0,9% nos 12 meses até outubro, o menor resultado para um período de 12 meses desde março de 2024. Segundo o Valor, nessa comparação, três das quatro categorias registraram taxas positivas: bens de capital (1,2%), bens intermediários (2%) e bens de consumo duráveis (5,5%). A única queda veio de bens de consumo semi e não duráveis (-2,4%).
“Os dados em 12 meses mostram arrefecimento da atividade industrial ao longo de 2025”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Analistas avaliam
“O dado de crescimento de 0,1% na indústria confirma um ritmo moderado, porém estável da atividade econômica brasileira. A indústria segue sensível ao crédito caro, mas mantém capacidade de adaptação, com alguns segmentos mostrando reação mais forte”, comentou Edgar Araújo, CEO da Azumi Investimentos.
Já na perspectiva do economista Maykon Douglas, o dado da indústria em outubro é mais um caso em que o número em si não conta toda a história. “O setor voltou a cair na comparação anual e, o impacto do setor extrativo na margem, que costuma ser bastante volátil, foi menor que o esperado.”
“Há algum tempo a indústria doméstica opera em dois trilhos, com alguns bons resultados no setor extrativo e uma grande fraqueza na indústria de transformação, mais sensível às condições dos juros”, concluiu o economista.
Com o aperto monetário em curso pelo Banco Central, a tendência, de acordo com Maykon Douglas é que essa trajetória se mantenha nos próximos meses.