Só se falou nela

Resumo semanal: enfim, Super Quarta

A "Super Quarta" foi o tópico que dominou o noticiário e as expectativas do mercado financeiro nesta semana (de 15 a 21 de setembro).

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(Foto: Yan Krukau/Pexels)

A “Super Quarta” foi o tópico que dominou o noticiário e as expectativas do mercado financeiro nesta semana (de 15 a 21 de setembro). Enquanto as taxas de juros no Brasil e nos EUA não eram divulgadas, os investidores acompanharam de perto todas as movimentações que pudessem adiantar alguma informação, mesmo que não fossem esperadas surpresas.

Na semana anterior (de 8 a 14 de setembro), a semana dos brasileiros terminou com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por participação na trama golpista envolvendo o 8 de janeiro de 2023.

Ainda no desenrolar da CPMI do INSS, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, deveria ter prestado depoimento na segunda-feira (15), mas não compareceu. A falta fez com que os familiares e amigos do empresário entrassem na berlinda e serem convocados para depor. Declarações à justiça foram prestadas na quinta.

Ainda no Brasil, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) caiu 0,50% em julho na comparação com o mês anterior. Este resultado marcou a terceira queda consecutiva do indicador e representa uma contração maior do que a esperada (0,2%).

Isso e a expectativa – que se repetiu na terça – de que o Fed anunciasse uma queda de 0,25 p.p. (pontos percentuais) nos juros influenciou para que o Ibovespa fechasse sessão com recorde de fechamento com alta de 0,90%, aos 143.546,58 pontos. O dólar comercial recuou 0,61% e fechou cotado a R$ 5,321.

Na terça-feira (16), os times começaram a se posicionar em campo de maneira mais clara para a “Super Quarta”. Stephen Miran, assessor de Donald Trump, foi nomeado um dos governadores do Fed, logo antes do início da reunião do Fomc. Entrada de Miran reacendeu o debate sobre a influência do presidente na instituição e a independência do banco central dos EUA.

No Brasil, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em um evento que está aguardando o recuo dos juros no Brasil, mas que isso não é da sua alçada. O ministro afirmou que, para ele, os cortes devem começar nos próximos meses.

Paralelamente, o Mercosul e o EFTA, bloco de países europeus, assinaram um Acordo de Livre Comércio. Geraldo Alckmin afirmou que o considera o acordo “estratégico e decisivo”.

Neste dia, o Ibovespa fechou a sessão com alta de 0,43%, aos 144.061,74 pontos. O dólar americano caiu 0,36%, cotado a R$ 5,298 e bateu o menor valor desde 6 de junho do ano passado.

No dia mais esperado dessa semana, a quarta-feira (17), o Ibovespa operou em alta desde a abertura.

À tarde o Fed anunciou o corte de 0,25 p.p. nas taxas de juros base do país, que, de 4,25% a 4,50%, passaram a ser de 4% a 4,25%. Também foram atualizadas projeções: o PIB (Produto Interno Bruto) foi revisado de 1,4% para 1,6% em 2025 e de 1,6% para 1,8% em 2026. Já o desemprego ficou em 4,5% este ano, mas foi revisado para baixo em 2026, de 4,5% para 4,4%. Na inflação, o Fed manteve a projeção de 3% para este ano, mas revisou de 2,4% para 2,6% em 2026.

A decisão foi considerada técnica, compatível com os dados de emprego divulgados anteriormente, mas “dovish”, o oposto do que os especialistas comentaram sobre a divulgação do Copom.

O grupo do Banco Central do Brasil decidiu por manter a taxa de juros em 15% e, no comunicado, deixou claro que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, o que deu um tom “hawkish” para a medida. O impacto do tarifaço também foi citado pela primeira vez como influenciador da decisão.

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 seguem em valores acima da meta, em 4,8% e 4,3%, respectivamente. Já a projeção para o primeiro trimestre de 2027 está em 3,4%.

O Ibovespa registrou o terceiro recorde consecutivo de fechamento, após encerrar a sessão desta com alta de 1,06%, aos 145.593,63 pontos. Durante o dia, o índice tocou os 146 mil pontos, por volta das 15h, pela primeira vez na história. O dólar fechou estável com leve alta de 0,06%, cotado a R$ 5,301.

Na quinta-feira (18), o mercado ainda repercutiu a divulgação dos juros no Brasil e nos EUA. Apesar da queda nos juros norte-americanos, o Ibovespa abriu em queda.

As PECs da Anistia e da Blindagem, que foi aprovada na noite de quarta, estão entre os principais destaques do noticiário. O presidente Lula Lula anunciou que vetará qualquer projeto de anistia a Bolsonaro, condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado. O petista também criticou a aprovação na Câmara de PEC que limita processos contra parlamentares.

No aspecto empresarial, a Natura (NATU3) foi uma das empresas que mais se destacou. Após a venda da Avon na América Central na segunda-feira, a empresa vendeu a Avon International no Reino Unido, o que fez com que a Natura terminasse o dia como a empresa que registrou mais ganhou no Ibovespa (+17,70).

Nos EUA, o presidente Donald Trump, levou à Suprema Corte seu esforço para remover a governadora do Fed (Federal Reserve), Lisa Cook. Se Trump conseguir o que deseja, seria a primeira vez que um governador do Fed seria destituído por um presidente nos 111 anos de história do banco central americano.

Ibovespa fechou a sessão com uma leve queda de 0,06%, aos 145.499,49 pontos. Em relação ao câmbio, o dólar comercial subiu 0,33%, cotado a R$ 5,318.

A sexta-feira (19) se avizinha sem grandes expectativas. Está programada a divulgação da taxa de juros básicos do Japão, dados do varejo na Europa e no Reino Unido e o IPP (Índices de Preços ao Produtor) na Alemanha.