O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) comunicou na última sexta-feira (14) o término da colheita de arroz no Rio Grande do Sul e destacou que não há embasamento técnico para a importação do grão no país.
A compra emergencial é apoiada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva como uma medida para mitigar a pressão sobre os preços após as recentes enchentes históricas no Estado. Por outro lado, produtores gaúchos questionam a necessidade dessa ação.
De acordo com o Irga, a colheita de arroz encerra-se com uma produção de 7,16 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. Na safra atual (2023/2024), foram semeados 900,2 mil hectares do cereal irrigado, dos quais quase 851,7 mil hectares já foram colhidos, representando 94,61% da área total.
Ainda resta uma pequena parcela de 1.548 hectares em processo de colheita (aproximadamente 0,17% do total), conforme dados do Irga. As enchentes ocorridas em maio resultaram na perda de 5,22% da área plantada pelos gaúchos (47 mil hectares), principalmente na região central do estado.
Na safra anterior (2022/2023), o Rio Grande do Sul plantou quase 840 mil hectares, uma área menor em comparação com a atual temporada. No entanto, a produção total foi ligeiramente superior, atingindo 7,2 milhões de toneladas.
O estado é um dos principais produtores de arroz no Brasil, contribuindo com cerca de 70% da produção nacional. O consumo do país gira em torno de 10,5 milhões de toneladas anuais.
“Os dados dessa safra comprovam o que Irga já vem manifestando desde o início de maio, que a safra gaúcha de arroz, dentro da sua fatia de produção no mercado brasileiro, garante o abastecimento do país e não há, tecnicamente, justificativa para a importação de arroz no Brasil”, disse em nota o presidente do instituto, Rodrigo Machado, ao apontar números similares aos da safra passada.
Secretário interino comenta relatório após enchentes
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), teve seu relatório sobre a produção de arroz pós-enchentes comentado pelo secretário interino da pasta, Márcio Madalena.
Ele afirmou que os dados apresentados no relatório excedem, com uma pequena margem, as estimativas feitas antes das enchentes.
“O que nos dá segurança para manter posicionamento de que nunca houve justificativa técnica que comprovasse a tendência de desabastecimento de arroz no Brasil, em função da calamidade pública do Estado”, declarou Madalena.