O tarifaço pode pôr em risco 75% dos embarques de panetones brasileiros para os EUA, estima a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados).
De acordo com a Associação, mais da metade dos panetones do Brasil é enviada para os EUA, com preço médio exportado de US$ 4 por quilo. O nosso país é o segundo maior fornecedor de panetones para os Estados Unidos, atrás apenas da Itália com participação de 2,3% no mercado americano. Em 2024, as exportações brasileiras de panetone aos Estados Unidos somaram 3,2 mil toneladas, com receita de US$ 12,1 milhões, disse a Abimapi, via Istoé Dinheiro.
“As empresas anteciparam seus embarques para esse destino, no entanto, o que foi enviado até julho só representa um quarto do total que exportam em média todos os anos. Portanto, 75% dos embarques estão sob risco”, disse a associação em nota.
A exportação de pão de queijo industrializado também deve ser impactada. O produtor é vendido especialmente em cafeterias norte-americanas. “Nesse caso, as indústrias fizeram acordos individuais, reduzindo a margem de lucro”, observou a Abimapi. O Brasil exportou 500 toneladas de pão de queijo para o mercado estadunidense em 2024, com receita de US$ 8,8 milhões.
Segundo a Abimapi, essas alternativas de antecipação de vendas e negociações individuais foram adotadas pelas indústrias para se adequar ao tarifaço e reduzir o impacto da alíquota nos embarques.
“Houve um movimento das indústrias para garantir a entrega de produtos aos importadores e atender ao consumidor externo antes da entrada em vigor das tarifas do governo Trump. A fim de garantir que os compradores continuem importando os produtos brasileiros nos EUA, empresas têm feito negociações estratégicas para garantir a venda e não perder essa fatia do mercado”, apontou a associação.
A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados também destaca que o Brasil foi o 4º maior exportador de wafers para os EUA, responsável por 7% de tudo o que foi importado para o mercado norte-americano. Também foi o 6º fornecedor em volume em torradas e 3º maior em tapiocas.