A política tarifária dos EUA, coordenadas pelo presidente Donald Trump, pode impactar mais o PIB (Produto Interno Bruto) do próprio país norte-americano do que do Brasil e da China, disse a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Enquanto a economia dos EUA deve ter uma queda de 0,37% em decorrência das tarifas, a China e o Brasil devem passar, cada um, por uma perda de 0,16%. Já para o Brasil, significa uma perda de R$ 19,2 bilhões no PIB.
O levantamento da Confederação foi divulgado na semana passada, no dia 16 de julho. Informações via CNN Brasil.
A CNI destacou a interdependência econômica entre Brasil e EUA, a entidade avalia que “o comércio bilateral é formado por intensos fluxos de insumos produtivos, refletindo a integração das cadeias de valor entre Brasil e Estados Unidos”.
A entidade também questiona a tarifa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil pela sua desproporcionalidade. Partindo de dados da Receita Federal, o levantamento aponta que o Brasil aplicou tarifa real média de 2,7% às importações norte-americanas em 2023.
Comércio exterior
O comércio mundial deve retrair 2,1%, o que significaria uma perda US$ 483 bilhões no fluxo global. Olhando para o Brasil, é esperada uma queda de R$ 52 bilhões nas exportações e de R$ 33 bilhões nas importações.
Sobre os setores mais afetados em produção e vendas, o levantamento destacou os industriais e agropecuários.
- Tratores e outras máquinas agrícolas: -23,61% em exportações; -1,86% na produção;
- Aeronaves, embarcações e outros equipamentos de transporte: -22,33% em exportações; -9,19% na produção;
- Carne de aves: -11,31% em exportações; -4,18% na produção.
Os EUA são o principal destino dos envios da indústria de transformação, tendo comprado 78,2% de seus produtos em 2024.
A CNI também estima a perda de 110 mil postos de trabalho. Serão menos 40 mil na agropecuária; 31 mil a menos no comércio; e 26 mil a menos na indústria. O estado de São Paulo será o mais afetado na perda de PIB, com uma queda de R$ 4,4 bilhões, seguido por Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão) e Paraná (R$ 1,9 bilhão).