Donald Trump durante assinatura para redução de preços de remédios nos EUA (Foto: Casa Branca)
Donald Trump durante assinatura para redução de preços de remédios nos EUA (Foto: Casa Branca)

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14) a redução de tarifas de importação para café e carne. A nova medida é válida para todos os países, inclusive o Brasil. Com informações da CNN.

Além da carne e do café, que estavam preocupando os produtores brasileiros, entraram na lista tomates, bananas e outros produtos agrícolas. O efeito retroativo passa a valer na quinta-feira (13).

No texto publicado no perfil da Casa Branca, o presidente norte-americano afirmou que tomou a decisão “após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por autoridades, o andamento das negociações comerciais com diversos parceiros comerciais, a demanda interna atual por certos produtos e a capacidade interna atual de produção de certos produtos”.

“Na medida em que a implementação desta ordem exigir o reembolso de tarifas alfandegárias cobradas, os reembolsos serão processados ​​de acordo com a legislação aplicável e os procedimentos padrão da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA para tais reembolsos”, pontuou.

Mudança aguardada pelos produtores brasileiros

No início da semana, Trump, afirmou, em entrevista à Fox News, que pretendia diminuir tarifas sobre a importação de café, embora não tenha especificado quais países seriam beneficiados e nem o prazo para a mudança.

A ABIC (Associação Brasileira da Industria de Café) disse que o setor estava otimista em relação ao encontro de Vieira e Rubio.  “A expectativa é absolutamente positiva”, afirmou o presidente da entidade, Pavel Cardoso. “Esperamos que nesses próximos dois dias, entre hoje e amanhã, nós teremos sim alguma notícia positiva.”

Cardoso ressaltou que o café brasileiro é responsável por um terço do consumo nos EUA e que a relação comercial entre as duas nações tem mais de 150 anos. De acordo com ele, muitos contratos de exportação foram apenas suspensos à espera de uma definição. “Com a redução ou eliminação das tarifas, o Brasil está pronto para atender à demanda, sem risco de desabastecimento”, disse.

A indústria da carne também havia dito que estava otimista com as conversas entre Brasil e EUA e que esperava mudanças nas tarifas adicionais “em um prazo entre 30 e 60 dias”

“Acredito que, em breve, teremos boas notícias, com eventuais retiradas de tarifas adicionais, para que se retome o fluxo comercial da carne bovina”, disse.

Mais cedo: Brasil aguarda resposta dos EUA em negociação sobre tarifaço, diz chanceler

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou após o encontro com o secretário Estado dos EUA, Marco Rubio, que o Brasil aguarda a resposta dos norte-americanos sobre a proposta de “mapa do caminho” que deve orientar as negociações comerciais entre os países. Informações via Agência Brasil.

“Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse Vieira.

Os representantes do governo se reuniram na quinta-feira (13), em Washington, após dois encontros durante o G7.

Encontros anteriores

Este não é o primeiro encontro entre Brasil e EUA em que a sobretaxa de 50% sobre produtos produzidos aqui e exportados para os norte-americanos entra em pauta.

No fim de outubro, após meses de tentativas, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram na Malásia. Na ocasião, os países americanos se comprometeram a fazer negociações técnicas para reverter o embargo.

De acordo com Mauro Vieira, em 4 de novembro, EUA e Brasil realizaram uma reunião virtual de alto nível, na qual o governo brasileira apresentou uma resposta detalhada à lista de temas enviada por Washington em outubro. Marco Rubio teria sinalizado que a análise norte-americana deve ser concluída ainda esta semana ou no início da próxima.

O chanceler brasileiro afirmou que os dois países querem resolver a situação até o fim do mês e que Rubio demonstrou interesse em avançar rapidamente nas tratativas. A expectativa é de que seja estabelecido um acordo provisório que estabelece o roteiro das negociações pelos próximos um ou dois anos.