As vendas do comércio recuaram 0,1% no mês de junho, o que marca o terceiro mês seguido de queda. Dados da Pesquisa Mensal de Comércio foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Somando esse aos dois resultados negativos anteriores, (-0,4% em maio e -0,3% em abril), o setor já acumula um recuo de 0,8% em relação ao patamar de março deste ano, o mais alto já registrado pela série histórica do IBGE, que começa no ano 2000, disse a Agência Brasil.
Durante o primeiro semestre, o comércio brasileiro acumulou uma expansão de 1,8%. Já no acumulado de 12 meses, a soma é de 2,7%. Comparando com o mesmo mês no ano passado houve um crescimento de 0,3%.
Para o gerente Cristiano dos Santos, o movimento dos últimos três meses é estável, mas com tendência de baixa.
“No geral, nesse primeiro semestre, a gente tem esse comportamento, um grande crescimento a ponto de chegar no topo em março, com esse arrefecimento, que está sendo bem lento”, analisou.
A diminuição do crédito, provocada pela alta taxa de juros, e a inflação foram os fatores, apontados pelo pesquisador, que levaram à queda dos últimos meses
Ao longo do primeiro semestre de 2025, a inflação oficial ficou acima da meta do governo (3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos). O principal movimento do Banco Central para conter a inflação é esfriar a economia com a elevação da taxa de juros.
Cristiano dos Santos também enxergou comportamentos positivos no semestre, como o nível de emprego e renda, que dá força ao consumo. Em junho, o Brasil atingiu taxa de desemprego de 5,8%, a menor já registrada pela série histórica do IBGE, iniciada em 2012, assim como recorde de rendimento do trabalhador.
Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, cinco tiveram retração na passagem de maio para junho:
– Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%)
– Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%)
– Móveis e eletrodomésticos (-1,2%)
– Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%)
– Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%)
Os segmentos que tiveram crescimento foram:
– Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1%)
– Tecidos, vestuário e calçados (0,5%)
– Combustíveis e lubrificantes (0,3%)
A pesquisa de comércio do IBGE é realizada com empresas formalizadas com 20 ou mais funcionários, esclareceu a Agência.
Recuo também no atacado
No comércio varejista ampliado, que inclui atividades de atacado ─ veículos, motos, partes e peças; material de construção; e produtos alimentícios, bebidas e fumo ─ o indicador recuou 2,5% de maio para junho e marca expansão de 2% no acumulado de 12 meses.