
A XP Investimentos revisou para baixo sua projeção de crescimento da atividade econômica em 2025, de 2,5% para 2,2%. Essa foi a primeira revisão negativa feita pela casa para o PIB (Produto Interno Bruto) desde o início de 2022.
De acordo com o economista Rodolfo Margato, que assinou o relatório, os dados de atividade divulgados nas últimas semanas vieram abaixo do esperado. Assim, a estimativa agora é de que o PIB cresça 0,3% no segundo trimestre, ante os 0,5% previstos anteriormente.
As tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald trump, às exportações brasileiras também devem gerar algum impacto negativo sobre a atividade no curto prazo, ainda que modesto.
“Calculamos efeito líquido de até 0,15 ponto percentual, o que já considera a lista de exceções apresentada e o redirecionamento de parte das exportações para outros mercados”, declarou Margato, de acordo com o MoneyTimes.
Desaceleração econômica e condições de crédito
Além disso, o economista destaca que os setores mais sensíveis ao ciclo econômico vêm desacelerando, em meio ao aperto das condições de crédito. Adicionalmente, o enfraquecimento do crédito continuou em junho, com destaque para o segmento de empresas.
Outro fator observado foi que o nível de endividamento e o comprometimento de renda das famílias estão próximos das máximas históricas.
As atividades mais expostas ao ciclo econômico também têm apresentado desempenho mais fraco desde o início de 2025. A produção da indústria de transformação, as vendas no comércio varejista, bem como o faturamento do setor de serviços, mostram menor dinamismo em relação ao ano passado.
XP indica 15 ações com potencial de alta de até 76% para agosto
A XP Investimentos realizou apenas um ajuste em sua carteira recomendada de ações para agosto. A Stone (STOC34) foi excluída do portfólio, dando lugar à entrada da Gerdau (GGBR4).
Sobre a exclusão, os analistas da casa ainda veem uma dinâmica competitiva saudável no setor no curto e médio prazo, permitindo que os players precifiquem suas ofertas para compensar a elevação das taxas de juros. Contudo, para os próximos períodos, esperam uma desaceleração do TPV (volume total de pagamentos), refletindo o cenário macroeconômico mais desafiador.
Além disso, a XP projeta uma piora nos níveis de provisão no segundo trimestre de 2025, o que deve pressionar negativamente os papéis da Stone.