Contabilidade

'Não existe rombo' nas estatais brasileiras, diz Dweck 

Na comparação anual, o déficit das estatais aumentou, visto que em 2023 o resultado foi negativo em R$ 2,269 bilhões

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os dados divulgados pelo BC (Banco Central) com o registro de um déficit de R$ 8,073 bilhões para as empresas estatais em 2024 foram alvos de novos comentários da ministra do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck. Segundo ela, não houve rombo. 

Na comparação anual, o déficit aumentou, visto que em 2023 o resultado foi negativo em R$ 2,269 bilhões. Em entrevista ao programa Bom dia, Ministra, Dweck observou que uma parte das estatais estão gastando dinheiro que está em caixa e isso não aumenta o endividamento. 

“Não existe rombo. O que houve foram investimentos, o dinheiro está sendo executado. É o dado de crescimento do investimento das estatais. Houve um aumento de mais de 40% em relação a 2023 e de quase 100% dos investimentos em relação a 2022”, explicou a ministra. 

A estatística apresentada pelo BC não considera as estatais não financeiras, porém, não contempla as empresas do grupo Eletrobras e Petrobras.

Segundo os cálculos do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o déficit das estatais federais seria de R$ 6,313 bilhões e liderado pelos Correios, cujo saldo negativo finalizou ano passado em R$ 3,178 bilhões. Por questões metodológicas, o cálculo poderia não coincidir com o divulgado pelo BC.

Um dos argumentos defendidos pela ministra foi que a contabilidade das estatais deve ser feita como nas empresas privadas, e não seguindo a lógica do serviço público. 

“As empresas estatais brasileiras voltaram a investir. E isso é um grande patrimônio para a população brasileira e o que a gente quer é que elas sejam lucrativas, que elas invistam, gerem ganhos, mais valor público para a sociedade brasileira. E esse é o grande papel delas”, disse.

Estatais têm déficit de R$ 8,073 bi em 2024

O déficit das empresas estatais brasileiras aumentou em 2024, quando comparado a 2023. No ano passado, esse grupo de companhias registraram déficit de R$ 8,073 bilhões, enquanto, no ano anterior, o resultado negativo ficou em R$ 2,269 bilhões, segundo dados publicados pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (31).

Considerando os dados nominais, sem a correção pela inflação, o déficit das estatais no ano passado foi o maior da série histórica iniciada em 2001. Esses são números que consideram somente as estatais não financeiras, sendo assim, não contempla as empresas do grupo Eletrobras (ELET3) e Petrobras (PETR4).

O déficit das empresas estatais federais foi R$ 6,734 bilhões das federais em 2024. Em 2023, havia sido de R$ 656 milhões.

Já nas estatais estaduais registraram um déficit de R$ 1,3 bilhão, no mesmo nível que o resultado de 2023, segundo o “Valor”. No entanto, as empresas públicas municipais tiveram um resultado negativo de R$ 39 milhões em 2024 contra déficit de R$ 313 milhões em 2023.

O déficit das estatais federais seria de R$ 6,313 bilhões, liderados pelos Correios, segundo os cálculos do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. A empresa de entregas teve um saldo negativo de R$ 3,178 bilhões. Por questões metodológicas, o cálculo poderia não coincidir com o divulgado pelo BC.

Segundo a ministra do MGI, Esther Dweck, o déficit não representa nenhum problema para o Tesouro Nacional. Ela também indicou que o resultado negativo pode ser resultado de investimento com recursos que as empresas tinham em caixa e que o déficit não necessariamente é um indicador de fragilidade da empresa.