A retomada da Neon marca um novo capítulo no setor financeiro brasileiro. Após anos de prejuízo, a fintech voltou a lucrar e captou R$ 720 milhões em investimentos. Agora, a empresa mira crescimento com tecnologia, crédito acessível e soluções via Pix.
Retomada da Neon atrai investidores internacionais e reforça sua estratégia
A Neon concluiu a rodada Série E com R$ 720 milhões, impulsionada por aportes de gigantes como IFC (Banco Mundial) e DEG (KfW, da Alemanha). Além disso, investidores já presentes, como BBVA e General Atlantic, também reforçaram o capital.
Esse movimento valida a estratégia adotada nos últimos meses. De acordo com Jamil Marques, VP de Operações, o investimento chancela o modelo da empresa. “Vamos continuar investindo em tecnologia e soluções que realmente transformam a vida financeira dos nossos clientes”, afirmou.
Fintech aposta em IA, Pix e crédito para escalar com eficiência
A empresa vai usar os recursos para fortalecer produtos como crédito consignado privado. Além disso, pretende ampliar o uso do Pix, com foco no Pix Automático.
Ao mesmo tempo, a Neon intensifica sua aposta em inteligência artificial. Para isso, contratou Ben Serridge, ex-Google, como diretor de Produto com foco em IA. Ele organizará a estratégia tecnológica da empresa e ajudará a criar soluções mais personalizadas.
Segundo Marques, a IA já faz parte da operação, mas agora será integrada de forma ainda mais eficiente. A meta é escalar sem perder agilidade nem foco no cliente.
Retomada incluiu nova liderança e corte de prejuízos
Durante o “inverno das startups”, entre 2022 e 2024, a Neon sofreu com a escassez de capital. As rodadas de captação caíram 51,4% no país. Ao mesmo tempo, a fintech registrou perdas bilionárias por causa de inadimplência e funding caro.
Por isso, a Neon reestruturou seu modelo de negócios. Em dezembro de 2024, Fernando Miranda — ex-Nubank e Easynvest — assumiu como CEO, substituindo Pedro Conrade. A troca impulsionou mudanças estratégicas.
Com a nova liderança, a empresa otimizou a gestão de crédito e reduziu gastos. Assim, conseguiu reverter os resultados negativos e alcançar o breakeven operacional no final de 2024.
Resultados da Neon já aparecem no balanço
No primeiro trimestre de 2025, a Neon registrou lucro líquido de R$ 9,3 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 161,7 milhões no mesmo período de 2024.
Além disso, a receita bruta cresceu 63%. A carteira de crédito ultrapassou R$ 6 bilhões. Esses números comprovam a retomada da Neon e mostram que a fintech voltou ao jogo com força.
Neon quer crescer com responsabilidade e foco nas classes B, C e D
Com a retomada da Neon consolidada, a fintech quer crescer de forma sustentável. A empresa continuará priorizando clientes das classes B, C e D — seu foco original.
Para isso, combinará inovação tecnológica com acesso democrático ao crédito. A Neon acredita que o Brasil tem espaço para produtos financeiros mais justos, simples e escaláveis.
Assim, com IA, Pix e crédito como pilares, a fintech pretende liderar uma nova fase do setor financeiro digital no país.