Durante evento Expert XP, realizado nesta quinta-feira (26), o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou novamente que a proposta de reforma do Imposto de Renda é neutra e afirmou que, mesmo antes das mudanças, a arrecadação de tributos bateu recordes sucessivamente.
“Nossa proposta de reforma do IR é muito simples e neutra. Com o crescimento estrutural da arrecadação, não faltam recursos para o Bolsa Família. Mas a legislação exige que carimbemos uma fonte de receita para uma despesa a longo prazo, então vamos carimbar o recolhimento da tributação de dividendos para o Bolsa Família. Ou podemos procurar outro caminho, como corte de subsídios”, afirmou Guedes, durante evento da XP.
Precatórios e Orçamento em 2022
O ministro da Economia garantiu também que a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 será enviada ao Congresso prevendo o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios, caso uma solução não seja aprovada até o dia 31 de agosto.
“Ou seja, vai desaparecer o dinheiro todo. Se não tiver sido resolvida ainda essa questão dos precatórios, será um dia depois do envio do Orçamento. Todos verão a dramaticidade dessa questão”, afirmou Guedes.
Reajuste do Bolsa Família
O ministro da Economia deixou claro que a conta de R$ 90 bilhões em precatórios para 2022 impede qualquer aumento de política social, incluindo reajuste do salário mínimo ou aumento do Bolsa Família. “Nossas iniciativas não têm absolutamente nada a ver com populismo. Se visse mais recursos, o Bolsa Família não seria maior. Estava combinado um reajuste de 50%, e não passaria de R$ 300”, reafirmou.
Paulo Guedes, repetiu que a reformulação do Bolsa Família já estava orçada dentro do teto de gastos para 2022, quando a conta de precatórios chegou a R$ 90 bilhões para o próximo ano. “Todos já havíamos concordado que Bolsa Família teria aumento suficiente para contornar alta de preços, e iria em média para R$ 300. E aí chegaram os precatórios nas alturas, não tinha como prever”, afirmou.
Crítica aos Analistas do Mercado
O ministro da Economia criticou os analistas de mercado e disse que as perspectivas para economia vindo deles é sempre negativa e que continuam errando suas previsões. “A economia realmente é a respeito de trajetórias futuras de gastos públicos, crescimento, produtividade, inflação, sempre foi assim. O Brasil tem uma economia que nunca desiste. A arrecadação está atingindo recordes históricos, já descontada a inflação. A economia está voltando em V”, completou Guedes.