Miami passou a ser o alvo de muitos dos novos projetos de empreendedorismo na área de tecnologia. A migração de grandes nomes a se estabelecer na região é tão intensa que comparações com o Vale do Silício, grande centro tecnológico da Califórnia, são comuns em artigos jornalísticos e em discursos políticos.
“Nunca vimos nada parecido antes”, afirma Rebeca Danta, da companhia Miami Angels, à BBC News Mundos. Para ela, a cidade do sul da Flórida está se beneficiando “da descentralização gerada pela pandemia”, que fez com que muitos profissionais que trabalhavam remotamente, por conta das medidas para combater a propagação da Covid-19, optassem por residir em locais mais amenos e com menos impostos.
Sendo conhecida por um cenário fílmico, Miami foi “imortalizada” na década de 1980 pela série televisiva Miami Vice, protagonizada por Don Johnsons e Philip Michael Thomas, que interpretavam uma dupla de policiais que perseguiam traficantes numa Ferrari.
Além disso, a região é o destino habitual de turistas de outras partes dos EUA e estudantes que costumam ir à Miami Beach nas férias de primavera, o “spring break”.
Nomes como Carl Icahn, um dos mais bem-sucedidos investidores de Wall Street de acordo com a Forbes, e Antonio Gracias, presidente do comitê de investimentos da Tesla, passaram a morar em Miami.
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Um dos grandes responsáveis pela forte demanda foi o prefeito da cidade, Francis Suarez, que transformou a cidade em um novo centro de empreendedorismo tecnológico. Ele vem fazendo isso há vários anos.
“Queremos estar na próxima onda de inovação”, declara Suarez ao New York Times, de acordo com o Uol.
“A chegada das empresas de tecnologia é uma boa notícia, porque gera empregos, mas em Miami temos uma crise histórica de acesso à moradia e isso pode piorar ainda mais as coisas, dificultando muito para que famílias de trabalhadores e de classe média tenham um lugar para morar”, afirma Eileen Higgins, comissária do Distrito 5 do condado de Miami-Dade.
Isso porque a cidade é uma das mais desiguais dos Estados Unidos, e essa nova alta do mercado imobiliário da região dificultaria o acesso a moradia para famílias e trabalhadores de classe média.
