Poder de compra

Oferta de crédito e economia favorável alavancaram varejo, diz IBGE

O levantamento do IBGE mostrou que as vendas do setor cresceram 0,9% em abril, marcando quatro meses consecutivos de avanço

Varejo
Varejo / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na avaliação do IBGE, o crescimento nas vendas do varejo em abril foi puxado pela maior oferta ao crédito e cenário macroeconômico favorável. O levantamento mostrou que as vendas do setor cresceram 0,9% no mês.

Cristiano Santos, gerente da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) do IBGE, chamou atenção para o fato de que, no primeiro quadrimestre, houve forte expansão de crédito para pessoa física, o que favorece o poder de compra.

O especialista também destacou a melhora no cenário macroeconômico, com aumentos na população ocupada no mercado de trabalho.

Santos citou alguns destaques positivos que levaram ao desempenho favorável, como o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 1,5% no volume de vendas em abril ante março, após cair 0,2% em março ante fevereiro.

“Mas, apesar de ele ser o de maior peso, não foi a única razão [a alta no setor] para o aumento nas vendas”, disse Cristiano.

O técnico citou ainda móveis e eletrodomésticos, cujo volume de vendas subiu 2,4% em abril ante março. Em março, ante fevereiro, o volume de vendas do setor caía 1,9%, lembrou ele.

Varejo tem queda de 0,3% em maio, mostra Índice Stone

O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo indicou uma queda de 0,3% no volume de vendas em maio, em comparação com o mês anterior, conforme dados da 17ª edição da pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13).

Entre os seis segmentos do varejo analisados, apenas o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo registrou alta mensal, com um crescimento de 5,6%.

Em contrapartida, os outros cinco setores apresentaram queda, liderados por materiais de construção (-6,2%), seguidos por artigos farmacêuticos (-4,3%), móveis e eletrodomésticos (-2,2%), tecidos, vestuários e calçados (-1,9%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%).

Para Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, esses resultados do varejo, especialmente no comparativo mensal, deixam o viés de baixa mais evidente no relatório, marcando o terceiro mês consecutivo de pequenas quedas.

“Mesmo assim, quando olhamos para o cenário regional e segmentado, com resultados oscilando entre altas e baixas nos últimos meses, há maior incerteza nesta trajetória. Portanto, o panorama geral segue sem tendência clara”, explicou em nota.