Economistas do mercado têm trabalho em cálculos para o tamanho do corte de gastos que o governo federal precisará fazer para segurar o cenário de risco fiscal, enquanto não sai o pacote de contenção. Na avaliação do Itaú Unibanco (ITUB4), esse valor deve ser no mínimo de R$ 35 bilhões com efeitos apenas em 2026.
Há três fatores que estão elevando o risco fiscal no Brasil, segundo o banco, sendo o crescimento das despesas obrigatórias acima do limite do arcabouço fiscal o principal deles, pois isso impedirá o cumprimento da regra até 2026.
Além disso, em segundo lugar, uma preocupação que surge entre os economistas é a decisão do presidente Lula em aumentar a isenção do imposto de renda para até R$ 5 mil, o que se tornaria um “risco fiscal relevante”, segundo a “CNN Brasil”.
O Itaú afirmou que as “criatividades contábeis” estão “minando a transparência” sobre o resultado e o controle dos gastos.
Não apenas isso, mas a piora na percepção de risco fiscal também se dá por conta do retorno dos estímulos parafiscais.
Para cumprir arcabouço até o fim do mandato será necessário pacote fiscal de R$ 60 bi, diz Itaú
O cálculo do Itaú para este ano considera os R$ 25 bilhões em corte de gastos já anunciados pelo governo, número que resultou do pente-fino sobre as concessões de benefícios sociais, valor que pode ser alcançado com “sucesso” das medidas adotadas.
No entanto, o arcabouço fiscal até o fim do mandato exigiria do governo um pacote fiscal de pelo menos R$ 60 bilhões, segundo o Itaú.
Sendo assim, o crescimento das despesas com a previdência e o BPC teriam que sofrer uma grande redução no período.
“Julgamos que o pacote pode ser uma oportunidade para reduzir os receios quanto à iniciativas onerosas do ponto de fiscal, podendo, por exemplo, garantir que novas políticas públicas (como o programa ‘pé-de-meia’) e a expansão de políticas existentes (como o programa ‘vale-gás’) sejam contabilizadas de forma transparente e sujeita às regras fiscais vigentes”, consta no relatório do Itaú, segundo o veículo de notícias.